Nadir lamenta arquivamento de projeto que reconhece as igrejas como serviço essencial
(Blog do Jordan Bezerra)
A vereadora Nadir Rodrigues (Republicanos) usou as suas redes sociais, na noite desta terça-feira (2) para lamentar o arquivamento do seu projeto de lei que busca tornar essenciais as atividades religiosas em Patos. Os vereadores Jamersom Ferreira, David Maia e Willa da Farmácia pediram o arquivamento do projeto, junto à CCJ na Câmara Municipal de Patos, afirmando ser ele inconstitucional.
A vereadora lamentou o ocorrido, pois não vê motivos para que seu projeto seja barrado. De acordo com Nadir, o projeto visa reconhecer a importância dos serviços prestados pelas igrejas, sobretudo nesses momentos de crise. Ela disse ainda que a justificativa contra o projeto é vaga e vai recorrer.
“Estou passando aqui para compartilhar com vocês a nossa indignação a respeito de um parecer que foi dado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Patos, pelos vereadores Jamersom, Willa e David, pedindo o arquivamento do projeto de Lei em relação ao reconhecimento de atividades religiosas como essenciais. Lamento, pois considerei a justificativa muito vaga e não há motivos reais para considerar o projeto inconstitucional. Quero informar que estou aguardando o parecer do procurador da Câmara, José Lacerda Brasileiro, e vou solicitar o desarquivamento desse projeto para que possamos discutir em plenário”, declarou a vereadora.
Segundo Nadir, o objetivo do projeto não é confrontar a decisão do governador, mas sim para destacar a importância do trabalho realizado pelas igrejas nesse momento de crise humanitária. Disse também que o projeto serve para guiar ações posteriores atentando para a relevância de tais serviço
Nossa opinião – A vereadora Nadigerlane está tentando agradar os evangélicos filiados nas igrejas para quem a presença dos fiéis é imprescindível para o faturamento, igrejas que cobram pela prestação de serviços. Teve igreja, pelo país a fora, vendendo benção para imunizar as pessoas contra a COVID 19. A Igreja Católica e as Igrejas Evangélicas tradicionais utilizam a cobrança do dízimo que lhes mantém o funcionamento. A presença do fiel na igreja não é imprescindível, uma fez que Deus é onipresente ele pode ser reverenciado em qualquer lugar. Claro que a veneração feita em grupo, num ambiente festivo é muito mais agradável à divindade, mas não é essencial. Pessoas que moram distantes de igrejas, em cidades e povoados que muitas vezes vêem um padre ou pastor muito raramente, assim como aquelas pessoas que moram na zona rural, cultuam a sua divindade, onde quer que estejam, mesmo sem estarem numa igreja, mas com o mesmo respeito e veneração e com resultado semelhante a quem está num tempo. O bispo diocesano de Patos, se manifestou favoravelmente ao decreto do Governador da Paraíba, taxativamente, nos seguintes termos, em nota oficial: “Estamos acompanhando o agravamento da situação de pandemia em nosso País; é visível o aumento do contágio e dos óbitos pela Covid 19. A falta de cuidados praticada por uma grande parcela da população tem causado grande onda de infecção e, lamentavelmente, muitos irmãos e irmãs nossos morrem diante do colapso no sistema de saúde que não pode dar a assistência necessária a todos.
Diante deste quadro que nos preocupa, e considerando a nossa responsabilidade, como discípulos/as de Jesus na promoção e preservação da vida como dom de Deus, a Diocese de Patos, mais uma vez, se dispõe à obediência e observância do que foi decretado pelas autoridades sanitárias competentes: Governos Estadual e Municipal.
Este momento exige de nós grande esforço, mas certamente retomaremos o caminho com mais segurança logo que a atual situação seja superada.
Juntemos as nossas forças em favor da vida e assim santifiquemos a nossa quaresma rumo à vitória em Cristo Jesus!”
As medidas tomadas pelo Governo da Paraíba e de outros Estados são “em favor da vida” e por isso merecem o maior acatamento. O Governador de São Paulo considera os serviços religiosos como essenciais, mas está mais preocupado em agradar, por motivos políticos, aos pastores das igrejas mais interessadas nas presenças dos fiéis nos seus templos, do que na vida das pessoas que podem ser afetadas pela pandemia. Os vereadores patoenses que se manifestaram contra o projeto da vereadora Nadigerlane o fizeram por motivos jurídicos, mas estão amparados também pelo justo valor dado à vida das pessoas. Esperamos que os demais vereadores comunguem com este respeito a vida e não com os interesses financeiros de determinadas pessoas ou instituições. Pessoas e instituições que passam a ideia de que o fiel só será atendido por Deus se for até a igreja e pagar pelo serviço.
Há quem alegue com as aglomerações ocorridas nas eleições, mas essas também eram proibidas e a presença dos eleitores nas seções era imprescindível. Além disso o recrudescimento da pandemia veio acontecer agora depois das festas de fim de ano e principalmente do carnaval, além do aparecimento das novas cepas que tornou mais premente o endurecimento do isolamento social.