Bolsonaro não procura um profissional competente mas um “puxa-saco” para o Ministério da Saúde

By | 15/03/2021 5:06 pm

Ludhmila Hajjar diz que não vai assumir o Ministério da Saúde

Reunião com Bolsonaro foi ruim

Presidente levou Pazuello e filho

Revés é derrota para Arthur Lira

Médico ou deputado estão no páreo

A médica cardiologista Ludhmila Hajjar, durante gravação do programa Poder em Foco, em 2020Sérgio Lima/Poder360 – 7.abr.2020

15.mar.2021 (segunda-feira) – 7h46, atualizado: 15.mar.2021 (segunda-feira) – 13h42

Apesar de ser quase uma unanimidade entre políticos do alto escalão do Congresso e outras autoridades, a médica cardiologista Ludhmila Hajjar não irá assumir o Ministério da Saúde.

Ludhmila está em Brasília nesta 2ª feira (15.mar.2021). Teve reunião com o presidente Jair Bolsonaro e, em seguida, disse em entrevista à CNN que não irá comandar o ministério “por motivos técnicos”.

A cardiologista e Bolsonaro tiveram encontro ontem (14,.mar) à tarde no Alvorada –onde também estavam o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. Também se encontraram na manhã desta 2ª feira (15.mar).

A recusa é uma derrota mais direta para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que se empenhou pessoalmente e em público (escreveu a respeito em seu perfil no Twitter). Esse é o 1º grande pedido de Lira a Bolsonaro depois que assumiu o comando da Casa dos deputados. Por ser um revés muito explícito, não se sabe qual será a consequência.

Também atuaram a favor de Ludhmila o procurador-geral da República, Augusto Aras, e os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Os 3, assim como Arthur Lira, já foram atendidos pela cardiologista.

Lira se diz muito grato a Ludhmila a quem atribui muita competência no seu tratamento de covid. O presidente da Câmara fez um elogio público à médica nesta entrevista em dezembro de 2020 ao Poder360.

Com a não nomeação de Ludhmila Hajjar, de uma vez, Bolsonaro se indispôs com o chefe de uma das Casas do Legislativo, com o titular da PGR e com 2 ministros do STF.

Aumenta entre as autoridades em Brasília fora do Poder Executivo a pressão para que o governo federal mude seu tom e abordagem a respeito de como conduzir as políticas públicas para debelar a pandemia de coronavírus.

Bolsonaro se mostrou muito resistente a uma mudança, apesar de sinais ambíguos nos últimos dias. Por exemplo, logo depois de Luiz Inácio Lula da Silva recobrar seus direitos políticos, o presidente apareceu no Palácio do Planalto numa cerimônia usando máscara. Nos dias seguintes, voltou ao discurso anterior.

Na conversa no domingo (14.mar.2021) à tarde com Ludhmila Hajjar no Palácio da Alvorada, o presidente deu a impressão de que estava recebendo a médica apenas para “cumprir tabela” e dar uma satisfação aos que a recomendaram.

Houve um certo constrangimento, pois Ludhmila foi a uma reunião para ouvir um convite para ser ministra e encontrou na mesma sala o general que poderia substituir.

Falou-se sobre uso de cloroquina, necessidade de lockdown e outros temas, segundo apurou o Poder360. Não houve muito acordo entre o que pensa Bolsonaro e a médica Ludhmila Hajjar.

OUTROS COTADOS

Há 2 nomes cotados para o lugar de Eduardo Pazuello.

Um deles é o de Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, é o nome que termina este domingo como o mais forte para substituir Pazuello na Saúde. Queiroga é um bolsonarista de raiz e agrada mais aos militantes fiéis ao presidente.

Bolsonaro tem dito que prefere não escolher um político para a Saúde. Se o presidente mudar de ideia, o nome preferido pelos seus aliados no Congresso é o do deputado dr. Luizinho (PP-RJ). O congressista é médico ortopedista com MBA executivo em saúde pela Coppead/UFRJ e pós-graduação em medicina do Esporte e do Exercício pela Unesa.

Nossa opinião – Para quem tinha esperança de que Pazuello fosse substituído por um profissional de saúde competente que mudasse completamente o desastroso tratamento dado pela atual administração à pandemia da COVID 19. Bolsonaro que alguém para o lugar que, da mesma forma que Pazuello, concorde com as suas posições contra o isolamento social., a favor da hidroxicloroquina e a ivermectina e que esnobe de público as medidas sanitárias recomendadas por autoridades de todo o mundo. Ao descartar a expertise de Dra. Ludhmila Hajjar, Bolsonaro está decepcionando muita gente, não pela personalidade da médica em si, mas pelas posições que ela defende que são quase unânimes em cientistas do mundo inteiro. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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