Novo ministro da Saúde diz que Bolsonaro determinou ‘amplo debate’ com comunidade médica
Marcelo Queiroga afirmou à GloboNews que se reunirá com Pazuello nesta terça e que SUS é ‘grande ferramenta’ contra pandemia. Médico é 4º ministro da Saúde na gestão Bolsonaro.
(Gabriel Tibaldo, GloboNews, 15/03/2021 23h23 Atualizado há 7 horas)
Anunciado nesta segunda-feira (15) como novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga afirmou à GloboNews que o presidente Jair Bolsonaro determinou “amplo debate” com a comunidade médica para haver “resultado melhor diante da pandemia”.
Marcelo Queiroga é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e assume o cargo de ministro no lugar de Eduardo Pazuello, general do Exército à frente da pasta desde maio de 2020.
O médico é o quarto ministro da Saúde no governo Bolsonaro. Os antecessores são: Pazuello, Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta. Teich e Mandetta deixaram o governo após divergências com Bolsonaro sobre formas de lidar com a pandemia.
“O presidente determinou que se fizesse um amplo debate com a comunidade médica para que a gente harmonize mais as relações e tenhamos um resultado melhor diante da pandemia”, declarou Queiroga nesta segunda-feira.
Desde o início da pandemia, no entanto, Bolsonaro tem contrariado as orientações de especialistas e de autoridades em saúde pública.
Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta o isolamento social e o uso de máscaras, por exemplo, o presidente da República participa de aglomerações, critica medidas restritivas e também critica a máscara, contrariando as medidas preconizadas por várias entidades médicas.
Segundo levantamento mais recente do consórcio de veículos de imprensa, o Brasil registrou 1.275 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas e totalizou nesta segunda (15) 279.602 óbitos. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 1.855, um recorde.
Reunião com Pazuello
À GloboNews, Queiroga também disse que se reunirá nesta terça (16) com Eduardo Pazuello, no ministério, por volta de 9h30.
Segundo Bolsonaro, a nomeação de Marcelo Queiroga será publicada na edição desta terça do “Diário Oficial da União” e haverá uma transição de “uma ou duas semanas” entre o novo ministro e o antecessor.
SUS
Para Queiroga, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido uma “grande ferramenta” no enfrentamento da pandemia.
Declarou ainda que o objetivo para 2021 é garantir cobertura vacinal “mais ampla o possível”
“A [troca no comando da pasta] é apenas uma mudança no ministério para que as políticas que o presidente quer colocar em prática aconteçam com maior concretude”, completou.
Nossa opinião – Como paraibanos nos regozijamos por ter um paraibano, com raízes patoenses, no Ministério da Saúde, uma oportunidade de mostrarmos a nossa competência. Mas não sei se como brasileiros temos o que comemorar. Afinal, depois de descartar a nomeação da Dra. Ludhmila Hajjar, de reconhecida competência, mas crítica da maneira como ele tem se comportado como presidente no combate à pandemia, Bolsonaro parece ter escolhido alguém que vai apenas continuar a cometer os mesmos erros que ele e Pazuello vinham cometendo e que são responsáveis pelo desastre que estão acontecendo em todo o país, com recordes e mais recordes de contaminados e mortos pela pandemia. Se alguém dúvida, ouça mais uma vez o que o novo Ministro disse e foi registrado no final da entrevista acima: “A [troca no comando da pasta] é apenas uma mudança no ministério para que as políticas que o presidente quer colocar em prática aconteçam com maior concretude”, completou. Ou seja, Bolsonaro escolheu um “puxa-saco” para continuar a fazer as mesmas besteiras que ele mandava e Pazuello fazia. O que nós precisamos no comando do Ministério da Saúde é de um profissional sério e competente que ponha em prática todas as medidas recomendadas pelas maiores autoridades médicas do mundo e intensifique a vacinação como única forma de acabar com a pandemia e não simples “puxa-saco” de que insiste em negar a seriedade da doença que já matou quase 300.000 brasileiros e está ganhando todos os campeonatos mundiais de má condução política do combate à COVID 19. Enquanto em todo o mundo as mortes estão diminuindo, no Brasil elas só fazem aumentar. (LGLM)