Não sei se devemos comemorar a nomeação de mais um bolsonarista para o Ministério da Saúde

By | 16/03/2021 7:06 am

Novo ministro da Saúde diz que Bolsonaro determinou ‘amplo debate’ com comunidade médica

Marcelo Queiroga afirmou à GloboNews que se reunirá com Pazuello nesta terça e que SUS é ‘grande ferramenta’ contra pandemia. Médico é 4º ministro da Saúde na gestão Bolsonaro.

(Gabriel Tibaldo, GloboNews, 15/03/2021 23h23  Atualizado há 7 horas)

Anunciado nesta segunda-feira (15) como novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga afirmou à GloboNews que o presidente Jair Bolsonaro determinou “amplo debate” com a comunidade médica para haver “resultado melhor diante da pandemia”.

Marcelo Queiroga é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e assume o cargo de ministro no lugar de Eduardo Pazuello, general do Exército à frente da pasta desde maio de 2020.

O médico é o quarto ministro da Saúde no governo Bolsonaro. Os antecessores são: Pazuello, Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta. Teich e Mandetta deixaram o governo após divergências com Bolsonaro sobre formas de lidar com a pandemia.

“O presidente determinou que se fizesse um amplo debate com a comunidade médica para que a gente harmonize mais as relações e tenhamos um resultado melhor diante da pandemia”, declarou Queiroga nesta segunda-feira.

Desde o início da pandemia, no entanto, Bolsonaro tem contrariado as orientações de especialistas e de autoridades em saúde pública.

Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta o isolamento social e o uso de máscaras, por exemplo, o presidente da República participa de aglomeraçõescritica medidas restritivas e também critica a máscara, contrariando as medidas preconizadas por várias entidades médicas.

Segundo levantamento mais recente do consórcio de veículos de imprensa, o Brasil registrou 1.275 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas e totalizou nesta segunda (15) 279.602 óbitos. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 1.855, um recorde.

Reunião com Pazuello

À GloboNews, Queiroga também disse que se reunirá nesta terça (16) com Eduardo Pazuello, no ministério, por volta de 9h30.

Segundo Bolsonaro, a nomeação de Marcelo Queiroga será publicada na edição desta terça do “Diário Oficial da União” e haverá uma transição de “uma ou duas semanas” entre o novo ministro e o antecessor.

SUS

Para Queiroga, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido uma “grande ferramenta” no enfrentamento da pandemia.

Declarou ainda que o objetivo para 2021 é garantir cobertura vacinal “mais ampla o possível”

“A [troca no comando da pasta] é apenas uma mudança no ministério para que as políticas que o presidente quer colocar em prática aconteçam com maior concretude”, completou.

Nossa opinião – Como paraibanos nos regozijamos por ter um paraibano, com raízes patoenses, no Ministério da Saúde, uma oportunidade de mostrarmos a nossa competência. Mas não sei se como brasileiros temos o que comemorar. Afinal, depois de descartar a nomeação da Dra. Ludhmila Hajjar, de reconhecida competência, mas crítica da maneira como ele tem se comportado como presidente no combate à pandemia, Bolsonaro parece ter escolhido alguém que vai apenas continuar  a cometer os mesmos erros que ele e Pazuello vinham cometendo e que são responsáveis pelo desastre que estão acontecendo em todo o país, com recordes e mais recordes de contaminados e mortos pela pandemia. Se alguém dúvida, ouça mais uma vez o que o novo Ministro disse e foi registrado no final da entrevista acima:  “A [troca no comando da pasta] é apenas uma mudança no ministério para que as políticas que o presidente quer colocar em prática aconteçam com maior concretude”, completou. Ou seja, Bolsonaro escolheu um “puxa-saco” para continuar a fazer as mesmas besteiras que ele mandava e Pazuello fazia. O que nós precisamos no comando do Ministério da Saúde é de um profissional sério e competente que ponha em prática todas as medidas recomendadas pelas maiores autoridades médicas do mundo e intensifique a vacinação como única forma de acabar com a pandemia e não simples “puxa-saco” de que insiste em negar a seriedade da doença que já matou quase 300.000 brasileiros e está ganhando todos os campeonatos mundiais de má condução política do combate à COVID 19. Enquanto em todo o mundo as mortes estão diminuindo, no Brasil elas só fazem aumentar. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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