Com óbitos subindo 2,6% ao dia e leitos esgotados, Brasil vive ‘maior colapso sanitário e hospitalar da história’, diz Fiocruz
Mas essa é uma situação que já vem escalando há um tempo: nas últimas três semanas (desde 21 de fevereiro), o número de casos cresce a uma taxa de 1,5% ao dia, e de óbitos, 2,6% ao dia. São valores considerados elevados mesmo se comparados à primeira fase da pandemia no país.
“É praticamente o país inteiro com um quadro absolutamente crítico”, diz o boletim.
Na última semana, melhorou a situação em Roraima (com queda de ocupação de 80% para 73%) e piorou a do Pará, que voltou à zona crítica (passando de 75% para 81%). Também entraram na zona crítica, aquela superior a 80%, Amapá (90%), Espírito Santo (89%), Paraíba (85%), Minas Gerais *85%) e Alagoas (84%).
Roraima e Rio de Janeiro são hoje os únicos Estados na zona de alerta intermediário — mas o Estado do Sudeste já está bem perto da zona crítica, com taxa de 79%.
Das 27 capitais, 25 estão com ocupação de leitos de UTI superior a 80%, e 19 destas cidades têm taxa maior que 90%, como pode ser visto a seguir.
- Porto Alegre: 103%
- Cuiabá: 100%
- Porto Velho: 100%
- Rio Branco: 100%
- Curitiba: 98%
- Florianópolis: 98%
- Palmas: 98%
- Teresina: 98%
- Brasília: 97%
- Goiânia: 96%
- Macapá: 96%
- Natal: 95%
- Vitória: 95%
- Fortaleza: 94%
- Belo Horizonte: 93%
- João Pessoa: 93%
- São Paulo: 91%
- Aracajú: 90%
- Rio de Janeiro: 90%
Medidas sugeridas: toque de recolher nacional e suspensão de aulas
Para locais com ocupação de leitos acima de 85% e tendência de aumento em casos e óbitos, o Observatório Covid-19 Fiocruz recomenda “restrição em nível máximo” — a rígida limitação a atividades não essenciais em Araraquara (SP) é apresentada como exemplo a ser seguido no país.
As recomendações incluem ainda toque de recolher nacional de 20h às 6h da manhã; fechamento de praias e bares; a consideração do fechamento de aeroportos e transporte interestadual; suspensão de aulas presenciais na educação; e a proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas e esportivas.
Tais medidas devem ser somadas àquelas que já são consideradas essenciais há muito tempo: distanciamento social e uso de máscaras.
“Com 80% ou mais da população utilizando máscaras há uma redução muito acentuada da transmissão. Se somente 50% da população utilizar máscaras a redução será mínima”, diz o boletim.
Nossa opinião – Preocupante realmente a situação da pandemia no país. As mortes continuam a crescer de modo alarmante. Os dados de ontem davam conta de 2.798 mortes em vinte e quatro horas. Há alguns dias, cientistas previam que até o fim do mês alcançaríamos as três mil mortes diária por COVID 19. Esta previsão provavelmente será alcançada bem antes do fim do mês. E ainda temos um futuro Ministro de Saúde falando em continuar a mesma política de enfrentamento da saúde desenvolvida até agora pelo desastrado general Pazuello.