Por João Paulo Medeiros – Jornal da Paraíba Terça-Feira, 23 de Março de 2021
Recentemente aliados do presidente Jair Bolsonaro, aqui na Paraíba, fizeram um ‘barulho’ danado diante da nomeação da ex-secretária de Saúde do Estado, Cláudia Veras, para um cargo comissionado na superintendência do Ministério da Saúde no Estado. Cláudia foi denunciada no âmbito da Operação Calvário.
A confusão foi tão grande que Veras acabou sendo dispensada do cargo, antes mesmo de tomar posse – mesmo não tendo nenhuma condenação na Justiça. Cláudia é servidora efetiva da Saúde
Uma denúncia encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) e transformada em ‘Notícia de Fato’ questiona uma outra nomeação. Dessa vez no Sertão do Estado,
O ex-prefeito da cidade de Cacimba de Areia, Inácio Roberto de Lira Campos, conhecido como Betinho Campos, é servidor efetivo da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), mas atualmente assume o cargo de gerente do órgão na cidade de Patos.
O ex-gestor foi alvo da Operação Dublê, do MPF e Polícia Federal. Ele foi acionado por 38 vezes pelo Ministério Público, sendo 15 ações penais, 20 de improbidade administrativa, duas cautelares penais e uma de sequestro de bens
Betinho Campos, inclusive, já foi condenado por desvio em dois processos em 1ª instância. A última sentença foi publicada no dia 9 deste mês. Nas duas, as penas somadas chegam a 8 anos e 9 meses.
Em um terceiro processo ele foi condenado no inciso VII do artigo 1º da lei 201/67, a um ano e quatro meses. O artigo pune quem não presta contas de recursos públicos.
Nos três processos, claro, ainda é possível recurso. Em dois deles o ex-prefeito já recorreu ao TRF5. E, obviamente, poderá ser absolvido na Corte, não tendo hoje nenhuma condenação em definitivo.
O fato, porém, deixa questionamentos.
Os bolsonaristas paraibanos sabiam da nomeação do ex-prefeito? Irão seguir a mesma linha adotada com Cláudia Veras?
Nossa opinião – Por enquanto, Betinho Campos ainda é ficha-limpa, pois não foi condenado ainda em segunda instância, mas com um prontuário destes, seus chefes deveriam ter pensado duas vezes antes de nomeá-lo, a menos que o tenham nomeado por falta de alguém capacitado para a função. Já que na realidade, o seu prontuário não o recomenda nem como funcionário, quando mais como chefe.