Equipe da federal paraibana competiu com universidades de outros 12 países
(Reportagem: Aline Lins, Publicado: 23/03/2021 18h44, Última modificação: 23/03/2021 18h4)
Uma equipe de alunos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) conquistou, no final deste mês de fevereiro, o segundo lugar no The Florida Bar ILS Richard Dewitt Memorial Vis Pre-Moot, uma dentre várias competições para o Vis Moot, que é a maior competição de arbitragem comercial do mundo e acontece em Viena.
Trata-se de uma competição de tribunal arbitral internacional. Participaram do evento 20 universidades de 13 países, em especial universidades dos Estados Unidos, Canadá, China, Alemanha, França, Rússia e Itália. A primeira colocação ficou com Stetson University College of Law e o terceiro lugar com American University Washington College of Law.
A UFPB participou com o Núcleo de Estudos de Métodos Extrajudiciais de Resolução de Conflitos – NUMESC, projeto de extensão liderado pela Profa. Ana Paula Albuquerque e que reúne alunos de Direito e de Relações Internacionais para fomentar métodos extrajudiciais de solução de conflitos como a Mediação e a Arbitragem.
Para a equipe da UFPB, a premiação foi fundamental para mostrar que a federal paraibana está em um excelente nível e que não somente é capaz de competir como de ganhar de universidades que figuram entre as melhores do mundo, mostrando não só o peso da UFPB como também das universidades federais brasileiras.
A Profa. Ana Paula Albuquerque recebeu a premiação como reconhecimento à qualidade acadêmica dos alunos e coachs da equipe, além de estímulo para dar continuidade ao projeto. “Eu dei início ao grupo de estudos em razão da demanda dos próprios alunos, que são extremamente dedicados mesmo diante de todas as dificuldades enfrentadas por uma equipe nova (iniciada em setembro de 2017), de uma Universidade pública”, contou a docente, referindo-se à falta de recursos para viabilizar o pagamento de inscrições e demais investimentos necessários para a participação em competições.
As competições de arbitragem internacional tendem a ter custos elevados e por isso existe uma grande necessidade de patrocínio. “Com este prêmio, nós conseguimos não só uma boa reserva em dólar para competições futuras como também abrimos espaço para possíveis futuras parcerias e patrocínios para a equipe, já que o nosso trabalho está rendendo frutos”, explicou Matheus Galiza, integrante e coach (treinador) da equipe.
Sete alunos do curso de Direito e Relações Internacionais da UFPB participaram da competição na Flórida. Matheus de Galiza e Heitor Pordeus, ambos do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política e Relações Internacionais, bem como Pedro Guerra, recém-formado pelo Departamento de Ciências Jurídicas (DCJ), treinaram a equipe na qual os oradores foram Letícia Buriti (Relações Internacionais) e Kelson Pacífico (Direito pelo CCJ), além de Esther Capistrano (CCJ) e Romberg de Sá (Relações Internacionais), como oradores suplentes.
O foco da competição é fazer com que estudantes possam defender as duas partes de um contrato (a parte requerente e a parte requerida) perante um tribunal composto por grandes nomes do Direito. Os participantes devem observar requisitos como organização e preparação dos argumentos; conhecimento dos fatos e das leis; apresentação e manejo das perguntas.
Reconhecimento – Na avaliação de Matheus de Galiza, o desempenho da UFPB e essa premiação demonstram a qualidade da Universidade e de seus discentes dentro do cenário internacional, figurando entre as melhores universidades do mundo. “Chegamos a enfrentar universidades que o orçamento é de 45 bilhões de reais, enquanto o da UFPB é na faixa dos milhões”, pontuou.
Do ponto de vista pedagógico, segundo a Profa. Ana Paula, a participação em competições contribui muito para a formação dos alunos. Eles aprendem a preparar estratégia para redação de memoriais e sustentação oral, trabalham casos que apresentam uma perspectiva transdisciplinar, além de aprofundar conteúdos que não são vistos ordinariamente nos conteúdos programáticos das disciplinas.
“Esse prêmio é também um justo reconhecimento do trabalho que Pedro Guerra, Matheus Galiza e Heitor Morais vêm fazendo na preparação da equipe, e sou muito grata pela dedicação deles”, comentou a docente.
Nossa opinião – Um dos três treinadores da equipe, Heitor de Morais Pordeus, é meu neto mais velho, filho da minha filha mais velha a Dra. Liana Clébia de Morais Pordeus, professora da área de Saúde na UFPB.