Por que Bolsonaro só convidou para esta reunião pessoas que pensam e agem como ele, na contramão do resto do mundo?

By | 24/03/2021 7:08 am

No pior momento da pandemia, Bolsonaro recebe chefes de poderes, governadores e ministros

Brasil ultrapassou marca de 3 mil mortes por Covid em 24 horas. Em pronunciamento nesta terça, presidente disse que governo ‘garantirá’ mais vacinas; 6% da população foi imunizada.

(Guilherme Mazui e Pedro Henrique Gomes, G1 — Brasília

24/03/2021 05h01  Atualizado há uma hora)

O presidente Jair Bolsonaro se reunirá na manhã desta quarta-feira (24) com chefes de poderes, ministros e governadores para discutir medidas de combate à pandemia.

O encontro ocorre um dia após o país ter atingido o recorde de mais de 3 mil mortes em 24 horas. É o pior momento no Brasil.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que vê com “grande preocupação” a situação do Brasil, o país é o segundo em maior número mortes, atrás somente dos Estados Unidos.

Em pronunciamento nesta terça (23), Bolsonaro disse que estão “garantidas” 500 milhões de doses de vacina até o fim deste ano. O presidente omitiu, no entanto, a informação de que o Ministério da Saúde reduziu em quase 10 milhões o total de doses previstas para abril.

Segundo o consórcio de veículos de imprensa, com base em dados fornecidos pelas secretarias estaduais de Saúde, 6,04% da população do país foi vacinada até as 20h21 desta terça-feira, o que representa 17,1 milhões de doses aplicadas.

Ainda segundo o consórcio, 12,7 milhões de pessoas receberam a primeira dose, e 4,3 milhões, a segunda dose até agora.

Conforme o Planalto, o encontro desta quarta tem como objetivo “fortalecer o ambiente de união nacional para prevenção e combate ao vírus da Covid-19, além de ser um espaço para discussão de ações institucionais conjuntas”.

O encontro está marcado para as 8h no Palácio do Alvorada. Segundo a Presidência, são aguardadas na residência oficial da Presidência da República as seguintes autoridades:

Hamilton Mourão, vice-presidente da República;

Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF);

Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado;

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados;

Augusto Aras, procurador-geral da República;

Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União.

Também devem participar da reunião os seguinte governadores:

Romeu Zema (Minas Gerais);

Ronaldo Caiado (Goiás);

Renan Filho (Alagoas);

Wilson Lima (Amazonas);

Ratinho Júnior (Paraná);

Marcos Rocha (Rondônia);

Também devem participar o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o ex-titular da pasta Eduardo Pazuello, além dos demais 21 ministros do governo.

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Momento da pandemia

A reunião acontece em um momento de intensas críticas a Bolsonaro pela condução na pandemia.

A OMS, por exemplo, tem cobrado que o governo atue de forma “séria”; empresários e economistas cobram medidas como distanciamento social e vacinação; e prefeitos querem que o Bolsonaro “assuma de uma vez por todas” a coordenação nacional das medidas contra a Covid.

O cenário é de hospitais superlotados em todo o país, com pacientes nas filas de leitos de UTI e relatos de médicos de que faltam insumos e itens de proteção. Governadores têm adotado medidas restritivas para tentar conter a circulação do coronavírus.

O agravamento do quadro fez Bolsonaro mudar parte de seu comportamento sobre a Covid-19:

O presidente não costumava usar máscaracriticava o uso do material, mas passou a usar o item de proteção em eventos públicos;

Bolsonaro já afirmou que “tem idiota” que pede mais vacinas, também disse que não tinha que procurar fabricantes, mas agora diz que o governo garantirá imunizantes para toda a população.

Por outro lado, o presidente mantém as críticas ao distanciamento social e tem descartado a adoção de medidas restritivas em âmbito nacional.

Bolsonaro chegou a acionar o STF para tentar derrubar decretos dos governos do Distrito, Federal, Bahia e Rio Grande do Sul, mas o relator do caso, Marco Aurélio Mello, rejeitou o pedido.

‘Maior colapso’ da História

A situação do Brasil é descrita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) como o “maior colapso sanitário e hospitalar da história” do país.

“A fim de evitar que o número de casos e mortes se alastrem ainda mais pelo país, assim como diminuir as taxas de ocupação de leitos, os pesquisadores defendem a adoção rigorosa de ações de prevenção e controle, como o maior rigor nas medidas de restrição às atividades não essenciais”, diz a fundação.

 

Nossa opinião – Ao convidar apenas seis dos vinte e sete governadores, Bolsonaro sinalizou que nada vai mudar na sua política de enfrentamento, pois convidou apenas os governadores que são solidários com as suas ideias e soluções. Não convidou nenhum dos quem o contestam. Ele pretende continuar na contramão de tudo o que se faz no mundo e do que tentar fazer aqui os governadores e prefeitos, já que seu governo tem sido absolutamente desastroso e inconsequente em tratar do assunto. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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