Governadores dizem que decreto de Bolsonaro que criou comitê sem eles é agressão e pedem mudança
Eles manifestaram o incômodo a Rodrigo Pacheco (DEM-MG) já na primeira reunião do grupo, nesta sexta
A publicação do decreto que cria institui o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19 sem a menção aos governadores foi encarada por eles como mais uma agressão de Jair Bolsonaro, dias após uma tentativa de trégua após reunião na quarta-feira (24).
O assunto foi tema de reunião dos gestores estaduais com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), nesta sexta-feira (26). Foi o primeiro encontro do comitê.
Reunião na quarta-feira entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do STF, Luiz Fux, Rodrigo Pacheco, Bolsonaro e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM-GO), definiu a criação do comitê para traçar medidas emergenciais de combate à pandemia.
No entanto, a assinatura do decreto nesta quinta-feira (25) sem que os governadores fossem citados foi recebido com surpresa e indignação. Os prefeitos também ficaram de fora.
“O governo federal publicou decreto hoje criando um Comitê ‘Nacional’ para enfrentamento da Covid, sem a presença dos estados, municípios, Conass. Enfim, não se trata de um comitê nacional. O que nós desejamos é que haja de verdade interlocutores que possam atender as demandas urgentes de abastecimento de oxigênio, medicamentos, custeio dos leitos de UTI. Enfim, depois de um ano de guerra, por incrível que pareça, estamos buscando esse diálogo. Preocupante”, diz João Azevêdo (Cidadania), governador da Paraíba.
Segundo relatos dos presentes, Pacheco concordou que se trata de um decreto de criação de um comitê federal, e não nacional.
O Fórum de Governadores vai pedir formalmente que o presidente revogue o decreto e publique outro.
Nossa opinião – Têm razão os senhores governadores. Na ânsia de mostrar que manda no país, Bolsonaro afrontou não só os governadores, como o próprio Supremo Tribunal Federal, que reconhece governadores e prefeitos com atores importantes na luta contra a pandemia. Muito mais importantes do que deputados e senadores, por estarem nos seus Estados e municípios vivendo o dia-a-dia da luta contra a COVID 19 e conhecerem as necessidades das providências e medidas a serem tomadas. Ao invés de incluir prefeitos e governadores na lutar contra a pandemia, Bolsonaro tenta isolá-los, como retaliação às derrotas que sofreu no STF quando tentar derrubar decisões dos governadores, como o a defesa do isolamento social e o toque de recolher. (LGLM)