A situação hospitalar está ficando preocupante e exigindo decisões dolorosas

By | 28/03/2021 6:13 am

Colapso faz cidades debaterem critérios para escolher quais pacientes de Covid-19 terão acesso a leitos e remédios escassos

Discussão envolve decidir quem receberia tratamento convencional ou atendimento paliativo em caso de colapso hospitalar

(Painel da Folha)

No pior momento da pandemia de Covid-19, o conselho de secretarias municipais de Saúde debateu na sexta (26) um modelo de triagem para definir quais pacientes terão tratamento convencional e quais receberão atendimento paliativo em casos de colapso hospitalar.

A médica Lara Kretzer afirmou na reunião que o ideal seria não precisar fazer uma escolha que, ao extremo, pode significar decidir quem vive e quem morre, mas que é obrigação ética estar preparado para isso.

“Idealmente, a gente não gostaria de usar triagem. O que a gente gostaria é que tivesse dado conta de fazer o atendimento de cada brasileiro que precisa de um serviço de saúde”, disse a médica no encontro.

Na apresentação, ela afirmou que os hospitais devem criar comissões de triagem com três profissionais experientes e, de preferência, um representante da área da bioética e da comunidade local.

O conselho de secretarias elaborou um modelo do tipo no pico da pandemia em 2020, que recebeu críticas por incluir como critério a idade do paciente. A médica explicou que esse parâmetro foi excluído. A pontuação agora se dá, entre outros fatores, pela gravidade e pela existência de doenças crônicas.

O paciente que não passa na triagem para um recurso escasso, como um leito de UTI, deve receber “o melhor cuidado disponível para alívio dos seus sintomas e, na eventualidade da morte, que ele possa receber os cuidados de final de vida e sedação paliativa”, disse Lara.

Em São Paulo, desde o início da pandemia, o Hospital Municipal do M’Boi Mirim, na zona sul da capital, segue o protocolo criado pela equipe do Hospital Albert Einstein para o contexto de escassez de recursos durante a pandemia, que estabelece uma espécie de pontuação pelas vagas de UTI.

Como mostrou a Folha, o local virou referência para casos da doença na região. A UTI saiu de 20 para 220 vagas, e um novo setor foi erguido em menos de um mês com dinheiro da iniciativa privada.

O hospital tem uma ala para pacientes com cuidados paliativos. O estabelecimento adotou práticas de visitas de despedida para ajudar o processo de luto das famílias e para tentar trazer conforto aos pacientes em seus últimos momentos de vida.

Nossa opinião – É até doloroso comentar este assunto, mas é bom que todo mundo saiba. Diante de um colapso hospitalar que se prenuncia em todo o país, médicos e autoridades sanitárias começam a discutir quais os critérios serão utilizados nas filas de doentes de COVID que precisam de UTI e de medicamentos de urgência, cada vez mais escassos. E como tratar aqueles que não conseguirem ser atendidos como a situação merece, Uma das alternativas em estudo é fazer escolha de quem vai ter o atendimento convencional e proporcionar aos que sobrarem “o melhor cuidado disponível para alívio dos seus sintomas e, na eventualidade da morte, que ele possa receber os cuidados de final de vida e sedação paliativa”. Infelizmente estamos marchando para isso. A sugestão é, em caso de colapso hospitalar, com falta de leitos e de medicamentos, cada hospital contar com uma equipe para fazer esta triagem. Com a responsabilidade, praticamente, de tomar decisões de vida e de morte, embora, os altos índices de mortes, principalmente entre os intubados, tornem a diferença muito pequena. Em alguns estados a chance de um intubado escapar é de apenas uma em dez, caso da Paraíba, segundo técnicos da Fiocruz. Atentem para o detalhe: Isto no caso de intubados, não necessariamente entre todos aqueles que chegarem à uma UTI. (LGLM)

Ser intubado com COVID é quase uma sentença de morte – Blog da Revista da Semana

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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