Arthur Lira chegou a incluir impeachment no discurso na Câmara em que falou em ‘sinal amarelo’

By | 28/03/2021 8:19 am

Na quarta, o deputado decidiu fazer um discurso no plenário para alertar Bolsonaro de que o Congresso dispõe de ‘remédios políticos amargos’, alguns ‘fatais’, com o objetivo de impedir ‘a espiral de erros de avaliação’

(André Shalders e Felipe Frazão, nO Estadão, 28 de março de 2021 | 05h00)

Foi na condição de porta-vozes do mercado que os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), participaram, na manhã da última quarta-feira, de um encontro com o presidente Jair Bolsonaro para discutir a pandemia, no Palácio do Planalto. Na ponta da língua eles tinham as queixas e avisos do empresariado, de banqueiros e do mercado financeiro. Coube a Pacheco sugerir a criação do comitê para coordenar o enfrentamento da covid-19. Ao fim do evento, a iniciativa foi anunciada por Bolsonaro – os participantes quiseram evitar a impressão de que ele teria sido “atropelado”.

Os parlamentares saíram do Planalto, porém, certos de que Bolsonaro não tinha interesse em mudar a postura. Lira ficou furioso ao avaliar que ele debochou do grupo – o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, foi

Ainda na quarta, Lira decidiu fazer um discurso no plenário para alertar Bolsonaro de que o Congresso dispõe de “remédios políticos amargos”, alguns “fatais”, com o objetivo de impedir “a espiral de erros de avaliação”. A primeira versão do texto continha a palavra “impeachment”.

Tanto Lira quanto Pacheco ouviram dos empresários a expectativa de que o presidente “troque de roupa”. Há consenso também de que um impeachment exige tempo e, neste momento, prejudicaria ainda mais o controle da pandemia. A proposta, no entanto, não está mais tão distante. Ao Estadão, Lira descartou a abertura de uma CPI da Saúde para pressionar o governo. “CPI resolve zero”, disse ele. “Assustar quem já morreu?”, questionou, numa referência ao general Eduardo Pazuello, demitido do Ministério da Saúde. “Vamos para outras medidas”.

Um interlocutor do Congresso observou que não dá para o presidente continuar governando por instinto, com a gasolina a R$ 6, “Lula livre” e, sobretudo, mais de 300 mil vidas perdidas para a covid-19. A avaliação é que Bolsonaro precisa entender que não vive mais no auge da popularidade.

 

Nossa opinião -Embora Lira tenha ido depois ao Palácio de Planalto “pedir penico”, o recado dos empresários estava dado e Bolsonaro deve “botar as barbas de molho”. Ele deve arranjar uma “boquinha” para os dois ministros visados e muda-los como fez com Pazuello. Se tentar trocar “seis por meia dúzia” os empresários talvez não engulam a manobra. (LGLM)

 

 

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Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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