Novo Normal: 100% do estado da Paraíba está em bandeira vermelha e laranja, segundo avaliação
G1/PB
A avaliação do Plano Novo Normal, do governo da Paraíba, mostrou uma piora do cenário da pandemia no estado, com todas as cidades em bandeira vermelha ou laranja. Comparado a última avaliação, o número de municípios na vermelha mudou pouco: caiu de 15 para 13. Já na laranja, o número subiu de 205 para 210, o total de cidades classificadas com nível de mobilidade restritiva.
Desde o início do Plano Novo Normal, em junho de 2020, é a primeira vez que a classificação feita pelo governo traz 100% das cidades paraibanas nas modalidades “restritiva” e “impedida”.
Essa é a terceira avaliação consecutiva em que a bandeira verde – que indica normalidade – se encontra zerada. Já a bandeira amarela esteve presente no mapa do estado em apenas três municípios na penúltima avaliação, divulgada em 20 de março.
Os 12 municípios que fazem a região metropolitana de João Pessoa estão classificados na bandeira laranja. Além disso, Campina Grande também é uma das cidades classificadas nesta bandeira.
A 22ª avaliação mostrou ainda que a Paraíba tem uma média de internação a cada 14 minutos em razão do agravamento da doença em todo o estado.
Na taxa de letalidade, o estado tem 73 cidades que estão acima da média estadual, com 2,2% de letalidade pelo novo coronavírus.
O Plano Novo Normal é a matriz de orientação do estado para o funcionamentol das atividades econômicas, indicando quais segmentos devem funcionar.
De acordo com o novo decreto, bares, restaurantes e conveniências podem abrir das 6h às 22h para atendimento no próprio local. Neste tipo de estabelecimento, a capacidade máxima deve ser de 30% de ocupação para ambientes fechados e 50% para ambientes abertos ao ar livre.
Já os centros comerciais e shoppings centers deverão obedecer ao horário de funcionamento de 10h às 22h, monitorando a quantidade de pessoas no interior destes locais, além de verificar a temperatura dos consumidores na entrada e de disponibilizar álcool gel.
A Secretaria de Estado da Saúde destaca a necessidade de máximo empenho da população, no sentido de seguirem usando máscaras com frequência, não aglomerando, ou seja, convivendo apenas com seu núcleo familiar básico, além de manter boa higiene das mãos.
Nossa opinião – Não dar para entender o novo decreto do Governador João Azevedo. Depois de promover um fechamento de diversas atividades por uma semana, a avaliação do seu “Novo Normal” encontrou a Paraíba sem nenhuma bandeira amarela ou verde, sinal de que as coisas não vão bem, no combate à pandemia. O mínimo que ele devia fazer era manter o fechamento daquelas atividades até que aparecesse um sinal de que o combate à pandemia estivesse obtendo algum sucesso. Isto demandaria, no mínimo uns quinze ou vinte dias depois do início do fechamento. Com esta flexibilização intempestiva ele pode estar provocando um desastre. Por exemplo, um dos maiores inimigos que temos que enfrentar é a aglomeração. Tem sentido abrir igrejas e bares ao mesmo tempo. Os dirigentes religiosos têm condições de promover missas ou cultos com público restrito e controlar se todo mundo limpou as mãos com álcool ou está usando máscaras. Mas quem é que controla o uso de máscaras em um bar, se o cidadão vai para ali para comer e beber? Quem pode fiscalizar se os frequentadores de um bar estão seguindo as recomendações das autoridades sanitárias, se o bar funciona durante todo o dia? A administração municipal ou estadual têm condições de manter um fiscal durante todo o dia em todos os bares para ver se o pessoal está usando máscaras e limpando as mãos cada vez que pega numa garrafa ou cumprimenta um amigo? Os bares deveriam, num primeiro momento, funcionar com delivery e entrega a domicílio para as bebidas e os petiscos. Até que o público fosse domesticado para obedecer um mínimo das medidas sanitárias. Aliás, repetimos, não tem sentido, antecipar feriados, parar ônibus, fechar atividades não essenciais, para logo em seguir “arreganhar” tudo quando todas as cidades do estado estão com bandeira laranja ou vermelha, cidades como é o caso de Patos, com cem por cento das UTIs ocupadas. Realmente não dá para entender! (LGLM)