(Gerson Camarotti, comentarista político da GloboNews, do Bom Dia Brasil, na TV Globo, e apresentador do GloboNews Política)
Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pelo blog sinalizam que a tendência majoritária da Corte será de manter a decisão liminar (provisória) do ministro Luís Roberto Barroso de instalação imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.
Os ministros do Supremo, no entanto, não devem definir a forma de funcionamento da comissão – se será presencial, remota ou híbrida. Isso é considerado uma questão interna do Senado.
Cumprindo a decisão de Barroso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fez nesta terça (13) a leitura do requerimento da CPI, o que oficializou a criação da comissão. A análise da liminar pelo plenário do STF está marcada para esta quarta-feira (14).
O vídeo abaixo mostra os fatos que levaram à criação da CPI da Pandemia.
Cuidado para não interferir no Senado
Na avaliação de ministros, o Supremo deve ter o cuidado de não interferir no funcionamento do Senado.
“Cabe ao Senado decidir se será uma CPI presencial, híbrida ou virtual. E quantas pessoas poderão estar presentes num plenário. Isso não cabe ao Supremo”, ressaltou um ministro. “Mas a CPI terá que funcionar. Essa foi a decisão do ministro Barroso”, completou.
ENTENDA: o que significa a CPI da Pandemia e qual pode ser o resultado dela
Alguns integrantes do STF ainda avaliam que o Senado também deve decidir o momento mais adequado para a instalação da CPI. No entanto, essa não é uma posição majoritária.
A base governista no Senado ainda investe no discurso de que não há condições sanitárias para realização de sessões presenciais e, por isso, a instalação da CPI deve ser adiada por tempo indeterminado.
Mas o próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, descartou adiar instalação de CPI em entrevista ao repórter Nilson Klava, da GloboNews.
Pacheco afirmou ainda que a eleição para presidência da comissão será presencial. Mas ressaltou que, depois, “caberá ao presidente da CPI determinar, num acordo de procedimento com os demais membros, o que pode ser presencial, o que pode ser semipresencial”.
Nossa opinião – Apesar de os bolsonaristas quererem passar a ideia de que a CPI vai ter o formato que Bolsonaro queria, analistas da política nacional entendem que a CPI não servirá para pressionar o Senado ameaçando governadores e prefeitos. A CPI pode apurar quanto cada governador e prefeito recebeu, mas não poderá fiscalizar como eles utilizaram o dinheiro, tarefa que caberá às assembleias e câmaras municipais. (LGLM)