(José Romildo de Sousa, historiador)
A atual e principal praça de esportes de Patos foi construída na gestão do Prefeito José Cavalcanti e inaugurada num domingo, dia 29 de novembro de 1964, com um jogo entre as equipes do Nacional Atlético Clube que foi formado pelos seguintes jogadores: Sóstenes, Perequeté, Canário, Zito, Gonzaga, Oliveira, Jorginho, Dissôr, Mário Moura, Lulu e Teixeirinha; tendo como adversário, o Esporte Clube de Patos que levou a campo Luziné, Celimarcos, Calado, Vavá, Toinho, Galego Chico, Rômulo, Mário Lemos, Nego, Joquinha e Nino. O jogo foi com portões abertos, o que concorreu para um grande número de espectadores.
O ato inaugural se deu com a presença do Governador do Estado, Dr. Pedro Moreno Gondim, do prefeito José Cavalcanti, dos deputados estaduais Edvaldo Mota, Antônio Nominando Diniz e várias outras autoridades do município e do estado. A Rádio Espinharas – através dos radialistas Luiz Pereira e Didi Barros – documentou o evento.
Posicionadas em campo as duas equipes, coube ao juiz da partida, Jorge Bezerra autorizar a José Américo de Almeida, que desse o ponta pé inicial do jogo.
Com dois tentos marcados por Dissôr, o Nacional venceu a partida que inaugurava o Estádio José Cavalcanti. O gol de honra do Esporte foi marcado por Nego.
Sobre este jogo, o atacante Dissôr prestou o seguinte depoimento: “Tive uma vida de alegria e sucesso no futebol e agradeço a Deus pelos muitos momentos de glória na minha caminhada como atleta.
Um dos melhores, senão o mais significativo foi a minha participação no jogo de inauguração do estádio José Cavalcanti, no clássico Nacional x Esporte, onde tive várias alegrias: ter participado desse momento histórico; ter vencido o Esporte pela primeira vez e ter marcado os gols da vitória de 2×1.
Além da minha vitória pessoal e do sucesso do Nacional pude, ainda, testemunhar e guardar na memória detalhes curiosos e engraçados: o ponta pé inicial de Zé Américo foi dado em direção a meta do Esporte e os alvirrubros adotaram a superstição do azar do Ministro como desculpa para a derrota e para o predomínio do Nacional em jogos futuros; e, a faixa que apareceu lá no campo, após o resultado favorável ao Nacional que dizia: QUEM TEM COROA É REI!”, numa alusão aos torcedores do Esporte que diziam que o Nacional era um time de coroas.
O Estádio Zé Cavalcanti foi o meu palco iluminado na inauguração e também na minha despedida: no último jogo que fiz pelo Nacional marquei dois gols e empatamos com o Vitória da Bahia.
A festa de abertura, porém, é e será sempre a minha melhor lembrança!…
Para coroar a minha felicidade, o prefeito Zé Cavalcanti procurou-me no outro dia do jogo, me parabenizou e disse: “Fico muito feliz de ter sido um filho de Patos que marcou o primeiro gol no meu estádio, quando concluir vou colocar uma placa para marcar este momento”.
(Fonte: O Álbum do Futebol: + 90 Minutos)