(Coluna do Estadão)
17 de abril de 2021 | 05h00
A volta do ex-presidente Lula ao jogo eleitoral, com a decisão do STF de anular as condenações do petista, reforçou do outro lado do tabuleiro a intenção de aliados de Jair Bolsonaro para que ele se filie a um partido com estrutura robusta. A principal aposta hoje é a volta ao PSL. O antigo partido do presidente seria o único com “paridade de armas”, com fundo eleitoral e tempo de rádio e TV capazes de disputar contra o PT no próximo ano. Um dos principais fiadores dessa tese de reconciliação com o PSL é o ‘01’, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Fatia… Ainda não há cálculo do valor do fundo eleitoral no ano que vem, mas, por terem as maiores bancadas, PT e PSL saem na frente. Em 2020, o partido de Lula levou R$ 201 milhões, e o PSL, R$ 199 milhões.
…do bolo. “O presidente vai precisar viajar, ter uma campanha muito ativa e sem os recursos não vai dar”, afirmou o deputado Carlos Jordy (RJ). Assim como outros parlamentares ouvidos pela Coluna, ele defende a reconciliação, mas desde que haja expulsão de alguns deputados, como Joice Hasselmann (SP).
Compare. O Patriota, com quem o Planalto vinha tendo boas conversas até aqui, recebeu R$ 35 milhões do fundo no ano passado.
Sem pressa. Pessoas próximas ao clã Bolsonaro garantem que nada ainda é certo e que seja bem provável que o presidente só bata o martelo no limite legal para sua filiação, seis meses antes da disputa.
Ocupado. Outros partidos, como Republicanos, PP e PSC, são aliados do presidente, mas há resistência dos caciques em abrir espaço em definitivo para o clã.
A ver. Um ministro de Bolsonaro dá como certo o apoio do PP e do PL em 2022 porque são partidos mais apegados à liberação de emendas. Faltaram na lista, porém, PSD, Republicanos e DEM, que também têm ministros na Esplanada.
CLICK. É possível acompanhar em tempo real o avião que vem da China com insumos para a Coronavac em um site do governo de SP. O voo chega na segunda-feira, 19.
Azedou. Kassio Nunes Marques, outrora elogiado até por críticos de Bolsonaro no mundo jurídico, agora virou alvo por seus votos no STF. Dizem parecer outro magistrado. A leitura é de que ainda está em “dívida” com o presidente.
Extra. Senadores que integram a CPI da Covid veem no ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta uma espécie de consultor informal dos parlamentares. Além de grande conhecedor da pasta, tem expertise em governo Bolsonaro.
Flávia Cruise. Bolsonaro escalou a recém-chegada ministra Flávia Arruda para tentar frear as iniciativas contrárias ao governo na CPI da Covid, o que foi visto por senadores críticos ao governo como uma “missão impossível”. Até agora, não tem tido muito resultado.
SINAIS PARTICULARES.
Flávia Arruda, ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República
Lista. O senador Humberto Costa (PT-PE) quer chamar o biólogo e doutor em virologia Átila Iamarino para falar no início da CPI.
Ajudinha. O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) apresentou projeto para repassar R$ 3,4 bilhões para hospitais filantrópicos e Santas Casas. Deve levar o presidente da Santa Casa de Juiz de Fora, Renato Loures, quando for entregar a proposta a Bolsonaro.
PRONTO, FALEI!
Paulo Câmara, governador de Pernambuco (PSB): “A aceleração da pandemia no País chama a atenção do mundo. Precisamos da cooperação internacional para obter mais vacinas”, sobre reunião com a ONU.
COM REPORTAGEM DE MARIANNA HOLANDA (INTERINA) E MARIANA HAUBERT. COLABOROU ANDRÉ SHALDERS. O COLUNISTA ALBERTO BOMBIG ESTÁ EM FÉRIAS E RETORNA DIA 19 DE ABRIL.