Continuar Cuidando: Complexo de Patos monitora pós-alta de pacientes que tiveram forma grave de Covid-19

By | 25/04/2021 5:51 am

(Patos Online, com assessoria e comentário nosso)

O nome do projeto é bem sugestivo: Continuar Cuidando. E ele é direcionado aos pacientes que tiveram Covid na forma mais complicada e que passaram dias em internamento. Criado pelo Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Saúde, a iniciativa visa monitorar o paciente que desenvolveu a forma grave da doença, a fim de acompanhar sua evolução após a alta hospitalar. Esse acompanhamento também é feito no ambulatório do Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos (CHRDJC) desde agosto do ano passado. A unidade é uma das referências no tratamento de pacientes com Covid, desde março de 2020.

Dr. Pedro Augusto, que atua na linha de frente do setor Covid do Complexo, destaca que esse acompanhamento pós-alta é muito importante. “Uma das coisas que a gente tem que prestar bastante atenção são os efeitos futuros do Covid, pois a gente se depara muitas vezes com pacientes com déficit neurológicos, cognitivos fraqueza muscular, dores articulares e são pessoas que não tinham isso antes da doença. E o pior de todos é o quadro respiratório crônico, essa fibrose pulmonar que o paciente pode virar um paciente dependente de oxigênio”, esclarece o médico. Para ele, esse acompanhamento é fundamental não apenas nos PSFs, mas, também nos ambulatórios especializados no acompanhamento destes pacientes.

A Chefe do Núcleo de Enfermagem, Sefora Cândida Vasconcelos, explica que quando o paciente recebe alta do setor de isolamento Covid, o prontuário dele é cadastrado no sistema do projeto e as informações são repassadas para uma equipe multiprofissional que vai através da telemedicina fazer a primeira triagem desse paciente e agendar o dia para o retorno. “As consultas geralmente acontecem nas quintas-feiras no ambulatório Covid e no momento da consulta o médico identifica se há necessidade do paciente fazer algum exame como, por exemplo, uma tomografia, exames laboratoriais, ecocardiograma e o que se fizer necessário para avaliação atual do paciente. Em seguida, o médico traça a conduta necessária e encaminha o paciente de volta ao seu município”, explica Sefora.

O médico Diego Varela, responsável pelos atendimentos de pacientes pós-alta Covid no Complexo, lembra que essa doença viral, de acometimento pulmonar, pode deixar sequelas ocasionando sintomatologia respiratória grave mesmo após a alta hospitalar. “Desta forma, esses pacientes após o período inflamatório e mesmo após a pronta recuperação parcial ou total da sintomatologia necessitam após a alta de um acompanhamento ambulatorial que lhes dê a assistência e restauração completa da saúde, não só com o acompanhamento médico, mas também fisioterápico entre outros”, afirma Dr. Diego, complementando que no ambulatório de egressos é possível monitorar esses pacientes que já estão em casa, ajudando para que os mesmos não necessitem de internamento posterior à alta. “Além de reduzirmos a ocupação de leitos por uma eventual reincidência dos problemas, com o serviço do ambulatório nós ainda diminuímos de forma considerável a mortalidade destes pacientes”, finaliza Dr. Diego.

Nossa opinião

  • Este acompanhamento talvez seja tão importante quanto o cuidado que a pessoa tem na UTI e certamente muito mais barato. Espero que em Patos todos os egressos de UTI e principalmente os que foram entubados tenham acompanhamento até a recuperação total. Em João Pessoa, uma amiga nossa saiu do Hospital feliz da vida, só que, segundo a família, não lhe prescreveram nenhuma medicação, não teve nenhum acompanhamento e uma semana mais tarde morreu. Todo mundo sabe das sequelas que acompanham as pessoas que têm a forma mais grave da doença. Poucas saem do hospital completamente saudáveis e se não tiverem um acompanhamento podem ter sequelas graves, se não vierem a morrer. Um primo meu saiu do hospital, em João Pessoa, há dois meses e teve sorte porque a Cassi (Plano de Saúde dos funcionários do Banco do Brasil) lhe proporcionou um atendimento domiciliar (home care) que lhe proporciona toda assistência, mas até hoje ainda toma parte da alimentação pelo nariz. Não fosse esta assistência ninguém sabe o que seria dele. E sabemos de vários outros casos de pessoas conhecidas que escaparam mais ainda sofrem das sequelas da COVID. Por isso é muito importante este acompanhamento, senão serão em vão todos os esforços e gastos com UTI e tratamentos mais sérios como intubação. (LGLM)

Comentário

Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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