(José Romildo de Sousa, historiador)
Com a instalação do Ginásio Diocesano em Patos, no ano de 1937 e com a chegada do Padre Manuel Vieira para dirigi-lo, o setor cultural e esportivo da cidade cresceu de forma substanciosa.
Chegando os anos 50, foi fundado o Esporte Clube de Patos que deixou de realizar suas atividades – tempos depois – no Campo do Estrela, em virtude da construção no local do campo, das novas instalações do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens. Assim sendo, o desportista Zéu Palmeira manteve entendimento com o Padre Vieira que, além de murar o campo que existia por traz do Ginásio Diocesano e que vinha servindo para a realização da educação física dos alunos do educandário, ainda o disponibilizou de arquibancada (a primeira de todo o sertão paraibano), dando-lhe condições para treinos e jogos amistosos.
Dentre as características do Campo do Ginásio, na sua entrada foi colocado o velho portão de ferro que pertencera ao II Batalhão de Polícia, corporação militar que funcionou por muito tempo no local onde o Ginásio fora construído. De um lado da arquibancada ficava o “quarto” onde as equipes se trocavam. Do outro, as dependências onde residia o Padre Assis. Inclusive, muitos dos jogos ali realizados foram transmitidos dos seus aposentos. Interessante que o grande radialista Edleuson Franco, que era aluno do Diocesano, começou a treinar as transmissões falando num pedaço de tijolo, como se fosse um microfone.
As traves eram colocadas no sentido norte/sul e havia no lado leste do campo, um grande poço amazonas, um pé de canafístula, a casa de bomba e o cacimbão, que tinha até gente que dizia que lá dentro tinha um jacaré.
O Campo do Ginásio foi palco de grandes acontecimentos futebolísticos envolvendo o Esporte Clube de Patos, que teve inclusive a supremacia d, e resultados em cima do seu grande rival, o Nacional Atlético Clube. Além disso, o Terror do Sertão” obteve excelentes resultados ao jogar com equipes do Nordeste: ABC e Potiguar do RG do Norte, Central de Caruaru, Esporte e Vovozinha, ambos do Recife, Ferroviário do Ceará e, com times do Rio de Janeiro, São Cristóvão e Portuguesa.
Mas, o Nacional Atlético Clube também teve seu momento de glória ao sagra-se campeão no ano de 1962 do torneio que onde também participaram: Esporte, Santos, América de Esperança, Guarabira Paraíba Clube e a Seleção Campinense. Os jogos foram realizados no Campo do Ginásio e o Nacional foi campeão invicto. Os jogadores foram enfaixados no ano de 1963,
Antes das partidas no Campo do Ginásio existia uma grande disputa entre a meninada, para ver quem carregava o material dos jogadores (chuteiras, calções, meiões e camisetas), o que proporcionava a entrada gratuita ao jogo e que tinham a apelido de “balieiras”.
Muitos são os casos inusitados que aconteceram no Campo do Ginásio, mas um dos que chama mais a atenção foi o que o árbitro Pedro Correia gostava muito de relembrar. E contava Pedro que num determinado domingo à tarde, após o rio Espinharas ter amanhecido de barreira-a-barreira, chegando inclusive a invadir o campo, apitava ele uma partida de futebol quando notou numa parte do gramado uma movimentação estranha. Chegando lá se deparou com uma traíra que não tinha tamanho. E pense como deu trabalho para a turma pegar a bicha!… Arrematava assim, Pedro a sua narrativa.
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