O CAMPO DO GINÁSIO

By | 08/05/2021 11:08 am

(José Romildo de Sousa, historiador)

Com a instalação do Ginásio Diocesano em Patos, no ano de 1937 e com a chegada do Padre Manuel Vieira para dirigi-lo, o setor cultural e esportivo da cidade cresceu de forma substanciosa.

Chegando os anos 50, foi fundado o Esporte Clube de Patos que deixou de realizar suas atividades – tempos depois – no Campo do Estrela, em virtude da construção no local do campo, das novas instalações do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens. Assim sendo, o desportista Zéu Palmeira manteve entendimento com o Padre Vieira que, além de murar o campo que existia por traz do Ginásio Diocesano e que vinha servindo para a realização da educação física dos alunos do educandário, ainda o disponibilizou de arquibancada (a primeira de todo o sertão paraibano), dando-lhe condições para treinos e jogos amistosos.

Dentre as características do Campo do Ginásio, na sua entrada foi colocado o velho portão de ferro que pertencera ao II Batalhão de Polícia, corporação militar que funcionou por muito tempo no local onde o Ginásio fora construído. De um lado da arquibancada ficava o “quarto” onde as equipes se trocavam. Do outro, as dependências onde residia o Padre Assis. Inclusive, muitos dos jogos ali realizados foram transmitidos dos seus aposentos. Interessante que o grande radialista Edleuson Franco, que era aluno do Diocesano, começou a treinar as transmissões falando num pedaço de tijolo, como se fosse um microfone.

As traves eram colocadas no sentido norte/sul e havia no lado leste do campo, um grande poço amazonas, um pé de canafístula, a casa de bomba e o cacimbão, que tinha até gente que dizia que lá dentro tinha um jacaré.

O Campo do Ginásio foi palco de grandes acontecimentos futebolísticos envolvendo o Esporte Clube de Patos, que teve inclusive a supremacia d, e resultados em cima do seu grande rival, o Nacional Atlético Clube. Além disso, o Terror do Sertão” obteve excelentes resultados ao jogar com equipes do Nordeste: ABC e Potiguar do RG do Norte, Central de Caruaru, Esporte e Vovozinha, ambos do Recife, Ferroviário do Ceará e, com times do Rio de Janeiro, São Cristóvão e Portuguesa.

Mas, o Nacional Atlético Clube também teve seu momento de glória ao sagra-se campeão no ano de 1962 do torneio que onde também participaram: Esporte, Santos, América de Esperança, Guarabira Paraíba Clube e a Seleção Campinense. Os jogos foram realizados no Campo do Ginásio e o Nacional foi campeão invicto. Os jogadores foram enfaixados no ano de 1963,

Antes das partidas no Campo do Ginásio existia uma grande disputa entre a meninada, para ver quem carregava o material dos jogadores (chuteiras, calções, meiões e camisetas), o que proporcionava a entrada gratuita ao jogo e que tinham a apelido de “balieiras”.

Muitos são os casos inusitados que aconteceram no Campo do Ginásio, mas um dos que chama mais a atenção foi o que o árbitro Pedro Correia gostava muito de relembrar. E contava Pedro que num determinado domingo à tarde, após o rio Espinharas ter amanhecido de barreira-a-barreira, chegando inclusive a invadir o campo, apitava ele uma partida de futebol quando notou numa parte do gramado uma movimentação estranha. Chegando lá se deparou com uma traíra que não tinha tamanho. E pense como deu trabalho para a turma pegar a bicha!… Arrematava assim, Pedro a sua narrativa.

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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