(UMA POR DIA… Misael Nóbrega de Sousa, 12/05/2019)
O domingo das mães é um dia de tristeza. Por mais que a vida obrigue, ela não nos empurra para fora do ninho. Talvez por isso nunca deixamos de ser “meninos”. Há quem diga também que essa superproteção acaba por criar adultos ansiosos e indecisos. Para qualquer situação, uma palavra de conforto. Por adotarmos o mundo, não mais nos reunimos em sua casa. O vazio toma conta dos cômodos, impiedosamente. E em meio a esse abandono coletivo, as desculpas que a própria vida inventou. O presente chega embrulhado num papel de encomenda. E mesmo que de ouro, incenso ou mirra, não vale o que ela teve que abdicar. Para o filho, o perdão está em todos os presentes; Para a mãe, é o filho a única prova de amor. Em toda a nossa trajetória de filho ausente, existirão as orações de mãe como um vínculo Santo. E se ainda nos restar uma centelha de amor próprio, que dediquemos a essas Marias concebidas. Será também por meio do nosso arrependimento que, feito Elias, o fiel, Deus receberá todas as mães lá no céu. E, assim, quando os anjos vierem buscar os espíritos delas, deixarão aqui na terra ossos e pele para que nós, filhos, ingratos, choremos ajoelhados o remorso de não saber ser filho, e por nossa própria penitência.
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