(José Romildo de Sousa, historiador)
A partida de um grande amigo traz sempre consigo grandes recordações; produzindo assim, bastante saudade. Dentro desta premissa, foi o que aconteceu quando Marconi Araújo veio a falecer em 28 de fevereiro de 2001; portanto há 20 anos, deixando uma imensa lacuna entre os seus amigos.
Tivemos com o “Grade”, como era chamado carinhosamente Marconi pelos seus amigos, devido ao seu biótipo, uma convivência fraterna, uma vez que, cotidianamente estávamos a nos encontrar, pois trabalhávamos na Prefeitura de Patos, fazíamos parte do inesquecível Fortelândia, clube de jovens que teve uma importância fundamental na vida social e cultural da cidade e estivemos lutando pela preservação da memória da “Morada do Sol, enquanto membros efetivos do Instituto Histórico e Geográfico de Patos.
Marconi Araújo Leite, nasceu na cidade de Campina Grande no dia 12 de fevereiro de 1953, filhos de Antônio Araújo de Melo e de Edith Leite de Araújo. Era o 2º filho de uma prole de 4 irmãos. Os outros três são: Marcos Antônio de Araújo Leite (que foi Secretário da Educação do Município de Patos), Paulo de Tarso (formado em Administração) e Tassiana (formada em letras). Casado com Maria Lúcia Ramalho de Araújo Leite, tinha duas filhas (Daniela e Angêlica) e uma neta (Mariana), de quem falava sempre com um carinho todo especial.
Sua formação escolar passou pelo ginásio Diocesano, Colégio Estadual de Patos e, culminando com a formatura (1980) em Bacharelado em Ciências Econômicas pela Fundação Francisco Mascarenhas, onde fez também o curso de especialização em Teoria Econômica e, na UFPB, em João Pessoa, de Contabilidade Decisorial.
Marconi Araújo ainda exerceu a função de voluntário do Movimento Brasileiro de Alfabetização, foi bancário da agência do Itaú, professor da Faculdade de Ciências Econômicas de Patos, onde lecionou por dois anos a disciplina de Economia Rural. Foi também oficial de administração N.8 do SESI por 5 anos e Economista da Firma TECNOSAN Engenharia S/A, com escritórios em João Pessoa e Recife. Exerceu também por 10 anos, a função de Diretor de Divisão de Processamento de Dados da Prefeitura Municipal de Patos.
Desde a sua infância, seguindo os passos do irmão Marcos, Marconi Araújo sempre se destacou na área artística, demonstrando muita habilidade para a pintura. Inclusive, foi um dos membros das equipes comandadas pelos renomados artistas patoenses: Marcos Meira Cesar (Marquinho) e Manoel Perigo Neto (Periguinho) que realizavam anualmente a decoração do Patos Tenis Clube, Campestre e AABB, destinado aos festejos carnavalescos.
Quando diretor técnico de iluminação e sonoplastia do Grupo Teatral Fortelândia, Marconi recebeu no II Festival de Teatro Amador da Paraíba, realizado na cidade de Pombal, o 1º lugar com a peça CANUDOS, do teatrólogo paraibano Zé Bezerra.
Além de ter disso sócio fundador do Rotary Clube de Patos Norte, foi Marconi Araújo o seu primeiro presidente, cargo que o capacitou para desempenhar a função de 1º Governador do Distrital Interact Club, Distrito 450. Atualmente, o educandário da instituição leva o seu nome, numa justa homenagem.
É também de sua autoria o Brasão do IHGPatos, que é uma peça de importância fundamental que registra a evolução histórica da terra de Coriolano de Medeiros.
Devoto de Nossa Senhora da Guia, nos últimos anos de sua existência, Marconi Araújo vinha cuidando com muito carinho e zelo da manutenção da bandeira da Santa, que há cada ano era hasteada no início da Festa de Setembro na torre da Catedral Diocesana. Inclusive, num dos últimos anos, pela dedicação e responsabilidade com que ele e Dona Edith (sua mãe) se empenhavam nesta tarefa, o Padre Albertino fez questão de prestar aos dois, uma sincera e justa homenagem no momento da abertura da Festa.
Marconi Araújo faleceu no dia 28 de fevereiro de 2001, no Hospital Edson Ramalho, na Capital do Estado. Seu corpo foi transladado para Patos e o seu velório aconteceu na Rua Solon de Lucena, na residência do seu genitor, o grande desportista Antônio Araújo; onde, a todo momento, chegavam pessoas das mais variadas camadas sociais lamentando a sua morte e dando os mais significativos testemunhos sobre a sua simplicidade e o respeito que nutria pela pessoa humana.
Os membros do Instituto Histórico e Geográfico de Patos não se cansavam de lamentar a perda do confrade, que vinha realizando um substancioso trabalho na instituição, principalmente na área de heráldica. Marconi ocupava cadeira nº 11 da Instituição e que tinha como patrono José Gomes Alves, um dos idealizadores da Fundação Francisco Mascarenhas.
O seu sepultamento realizou-se no Cemitério São Miguel e foi acompanhado pela presença marcante de populares, amigos, familiares e autoridade locais.