(José Romildo de Sousa, historiador)
Ao longo dos anos, a cidade de Patos vem perdendo grandes expoentes do seu setor musical. Assim o foi com os maestros Edson Morais, Hermes Brandão e Assis Casca de Bala; com os compositores Antônio Emiliano e Amaury Carvalho e, com os músicos Valdemar do Pandeiro, Afonso Bacalhau e Agnaldo Sátyro Xavier. Este último falecido no dia 13 de novembro de 2006.
Agnaldo Sátyro tinha o hábito de saudar os amigos com o seu tradicional Oi Majó! Portador de uma profunda deficiência visual distinguia os conhecidos – muitas das vezes – pela voz.
Era sócio do Rotary Clube, membro do Coral da Catedral de Nossa Senhora da Guia e torcedor “doente” do Esporte Clube de Patos, do Clube de Regatas Flamengo e da Portela.
Quanto ao exercício de sua atividade profissional, esteve sempre ligada ao movimento musical da cidade, seja no conjunto de Vavá Brandão, no Grupo Os Sátyros, ou ainda no famoso Os Jovens, agremiação que teve uma destacada passagem pelos palcos de Patos e de muitas outras cidades nordestinas.
Agnaldo foi também comerciante de confecções e tinha um círculo de amizade invejável dentro da sociedade patoense.
Agnaldo Sátyro Xavier que era filho de Silvino Sátyro Xavier e Dona Maria dos Anjos nasceu no dia 25 de janeiro de 1946 e, se iniciou muito cedo na música, uma vez que em 1959, com apenas 13 anos de idade, já firmava parceria com afamados músicos daquela época, a exemplo de Antônio Moreno, Antônio Emiliano, Chico Cabaré e Pedrinho. Todos eles componentes do Conjunto de Vavá Brandão
Agnaldo ainda teve uma experiência familiar na música, quando fundou com seu irmão Antônio e as irmãs Betinha e Luzia o Grupo Os Sátyros, que teve uma curta duração. Além destes três irmãos, Agnaldo ainda tinha mais dois: Socorro, que atualmente reside no Recife e, Afrânio, que veio há falecer poucos dias após a sua morte.
Quanto ao badalado Conjunto Os Jovens, este se apresentou pela primeira vez no dia 12 de julho do ano de 1967. De iniciativa dos irmãos Agnaldo Sátyro e Antônio de Pádua, os quais atuavam respectivamente como contrabaixo e “crooner”, o grupo ainda era constituído, na sua fase inicial, por Antônio Vieira (Bateria), Salvan Wanderley (guitarra base) e Rodrigues (guitarra solo).
Durante o transcorrer de quase duas décadas, o Conjunto Os Jovens – em suas várias composições – esteve sempre presente nos grandes acontecimentos sociais da cidade. Ora abrilhantando as Festas Universitárias, ora acompanhando os compositores nos Festivais de Música Popular Brasileira, realizados no Cine Eldorado. Muitas vezes também animando a Boite do Hotel J.K., e o Patos Tênis Clube em inesquecíveis noitadas.
As atividades do Conjunto Os Jovens se encerraram no ano de 1985, em virtude da transferência de muitos dos seus membros para outros centros, na busca da concretização dos seus sonhos estudantis.
Diante deste quadro, os irmãos Agnaldo Sátyro e Antônio de Pádua criaram o Chão de Estrela, que continuou animando festas e eventos até os nossos dias.
Agnaldo que vinha acompanhando de perto o delicado estado de saúde do seu irmão Afrânio, ao retornar da Capital do Estado onde tinha ido com ele efetuar alguns exames, manifestou aos familiares uma incômoda dor nas costas, dizendo ele “que deveria ser a coluna…”. Entretanto, logo em seguida, mais precisamente no dia 13 de novembro de 2006, Agnaldo veio a falecer. Foi velado na residência do seu genitor.
Seu sepultamento ocorreu no Cemitério do Santo Antônio, com a presença de autoridades, familiares, amigo e dos componentes da Filarmônica 26 de Julho.
Na oportunidade, usaram da palavra para enaltecer as frutíferas ações empreendidas em favor do próximo por Agnaldo, enquanto esteve no nosso meio, o vereador Juracy Dantas e o Presidente do Rotary Sul, jornalista Marcos Nogueira.
Encerrando as homenagens e sensibilizando todos os presentes, o irmão Antônio de Pádua cantou a música “Eu nunca mais vou te esquecer”, de Moacir Franco, uma das preferidas de Agnaldo.
Com o desaparecimento de Agnaldo Sátiro, Patos perdeu um dos mais dedicados músicos da geração que foi influenciada pelo Movimento da Jovem Guarda.
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