(João Prata, repórter de Metrópole)
No dia mais tenso da CPI da Covid até agora, o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten, admitiu que a Pfizer ficou mais de dois meses esperando um retorno do Brasil para a compra de vacinas contra o coronavírus.
O depoimento do ex-secretário durou mais de oito horas. Wajngarten informou que a farmacêutica americano enviou proposta ao País em setembro de 2020, mas não obteve retorno. A carta, segundo ele, foi encaminhada ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro e a diversas autoridades do governo. Foram oferecidos 70 milhões de doses da vacina. “Houve incompetência e ineficiência”, declarou Wajngarten.
A sessão teve troca de ofensas entre senadores. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) pediu a prisão do ex-secretário por falso testemunho, mas o presidente da CPI, Omar Aziz (MDB-AM) negou. A CPI da Covid vai enviar depoimento de Wajngarten ao Ministério Público para apurar se houve ou não falso testemunho.
Além da demora para compra de vacinas, outro problema enfrentado pelo País na imunização é a dificuldade para comprar insumos. O governador João Doria (PSDB) disse nesta quarta-feira que 10 mil litros de IFA (ingrediente farmacêutico ativo), insumo suficiente para produzir 18 milhões de doses de Coronavac, estão aguardando liberação do governo chinês para serem enviados ao Brasil. O que impede o envio, diz, são “entraves diplomáticos” causados pelo presidente Jair Bolsonaro e sua equipe. Nas últimas semanas, o governo federal fez uma série de críticas à China e às vacinas feitas no país.