(Caio Sartori, nO Estado de S. Paulo, 14 de maio de 2021, seguido de comentário nosso)
Acordo prevê entrega de 200 milhões de imunizantes até o fim deste ano; ministro também afirma que ‘não está aqui para julgar ninguém’, referindo-se ao atraso do País em negociar com a farmacêutica
“Estamos muito felizes em celebrar este acordo adicional com o governo brasileiro e assim ampliar nosso apoio à imunização de milhões de brasileiros”, disse Marta Díez, presidente da Pfizer Brasil, em comunicado oficial.
Sobre a Pfizer, ponto central da CPI da Covid em curso no Senado, o ministro evitou tecer comentários relativos à suposta omissão do governo brasileiro durante a gestão do general Eduardo Pazuello na Saúde. “Não estou aqui para julgar ninguém. Sou ministro da Saúde, não participei dessas negociações”, disse nesta manhã.
A reconvocação de Queiroga é cogitada porque, segundo os senadores, ele não foi enfático ao falar sobre a cloroquina, medicamento ineficaz para o combate à covid que foi defendido pelo presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.
Chefe da farmacêutica americana Pfizer no Brasil à época das negociações para compra de vacinas contra a covid-19, Carlos Murillo participou nesta quinta-feira, 13, da CPI da Covid no Senado. Atualmente, ele é gerente-geral da empresa para a América Latina.
Em depoimento, Murillo afirmou que o governo Bolsonaro ignorou por três meses negociações de vacina. Segundo ele, a empresa sugeriu 100 milhões de doses a serem entregues em 2020 e 2021, mas o governo federal só respondeu no dia 9 de novembro.
Ao abordar temas mais políticos, o ministro também negou que haja problemas diplomáticos com a China para o recebimento de ingrediente farmacêutico ativo (IFA). A dificuldade em receber esses insumos faz com que o Butantan e a Fiocruz prevejam atraso na produção das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca, respectivamente.
Ele também jogou para a Fiocruz a responsabilidade de responder sobre a data em que será oficializado o acordo tecnológico que permitirá ao País produzir IFA. Disse apenas que está “na iminência” de ser finalizado. Quando isso for permitido, segundo o ministro, o Brasil poderá produzir 1 milhão de doses diárias de vacina.
Queiroga esteve no Rio para dar início à vacinação de atletas que disputarão as Olimpíadas de Tóquio, no Japão, em agosto deste ano. Participaram do evento, no Centro de Capacitação Física do Exército, os atletas Rosângela Santos, do atletismo; Ana Marcela Cunha, de maratona aquática; Larissa de Oliveira, da natação; Marcus Vinicius D’Almeida, do tiro com arco; Caio Ribeiro, da canoagem paralímpica; e Michel Pessanha, do remo paralímpico.
“Fui bloqueado de competir em alguns países e, com a vacina, sinto que vou conseguir concluir meu ciclo. E sem o medo de chegar perto da Olimpíada e cair doente, interrompendo todo um trabalho de 11 anos no esporte”, disse Marcus Vinicius D’Almeida.
A vacinação também começou hoje em outras cidades – São Paulo, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre e Belo Horizonte -, mas o Rio foi a escolhida para ter a presença do ministro e a cobertura da imprensa.
- Quantos milhares vão morrer até lá, porque estas vacinas não foram compradas mais cedo? Os Estados Unidos já está vacinando menores na faixa de doze anos. Aqui ainda tem idoso que não conseguiu se vacinar ainda. (LGLM)