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Presidente da Câmara adere à farsa de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas
Na quinta-feira (13), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu exibir sua adesão à tese do retorno do voto impresso. “Nós queremos votar e ter a certeza de que esse voto é confirmado da maneira como a gente colocou”, discursou, ao lado de Bolsonaro, em Alagoas.
Trata-se de uma falácia, além de obscurantismo paranoico. Investir tempo neste debate significa conferir seriedade ao que, no fundo, constitui o medo de derrota por parte de um futuro candidato à reeleição em baixa nas pesquisas.
Tome-se o exemplo dos Estados Unidos, onde o voto é impresso —e onde o modelo de Bolsonaro, Donald Trump, lançou acusações infundadas de fraudes, repetidas pelo presidente brasileiro, ao ser derrotado por Joe Biden.
As urnas eletrônicas já são auditáveis. Passam por rigorosos exames antes e depois da eleição, e algumas, selecionadas por sorteio, são checadas no próprio dia do pleito para verificar a autenticidade e integridade do processo.
Como não estão conectadas à internet, cabe lembrar, não estão sujeitas a invasões de hackers.
Ao encampar a desinformação propagado pelo bolsonarismo, o presidente da Câmara investe contra a credibilidade do sistema eleitoral pelo qual ele próprio e o chefe do Executivo foram eleitos.
É deplorável que o Tribunal Superior Eleitoral se veja obrigado a lançar campanha para defender a segurança da urna eletrônica. Lira possivelmente não fará mais do que se expor ao ridículo, mas nem por isso o país pode desperdiçar energia com essa agenda retrógrada.
Nossa opinião
Bolsonaro está se preparando tumultuar o resultado das eleições no caso de uma possível derrota sua no ano que vem. Ele vai tentar fazer aqui o que Trump fez sem, sucesso, no Estados Unidos, criar factóides em torno do resultado das eleições fazendo seguidos de recontagem de votos só para tumultuar o processo. Já pensou um grupo de direitistas em cada cidade do país pedindo uma recontagem de votos, só para tumultuar o processo? Nós temos um dos processos de eleições em urnas eletrônicas mais avançados e seguros do mundo, acompanhado por um sistema de fiscalização a que todos os partidos têm acesso. Não há nenhuma de imprimir votos que não vão garantir de maneira nenhuma a lisura do resultado. As urnas são invioláveis, o sistema é verificável em todas as etapas e até hoje não se provou nenhuma fraude num sistema que já tem mais de vinte e cinco anos Só idiotas, previamente derrotados, acreditam na necessidade de impressão dos votos. (LGLM)