(Mísael Nóbrega de Sousa, 08/06/2021)
A notícia da morte de Juracy veio juntamente com outras igualmente tristes nessa que foi a pior semana de nossas vidas. Juracy morreu? Desconheço. Tem um tipo de ser humano que é tão grande que não cabe em si mesmo. Deletentor do bordão mais conhecido da cidade, Juracy foi também dono de uma alma boa. Por onde passou nunca perdeu a ternura: de estudante a político de político a gigante de gigante a folclórico de folclórico a lição de lição a exemplo de exemplo a saudade.
Foi seu o Nacional juvenil; foi seu o futebol de Patos; foi sua a casa do estudante; foi seu o jornal Integração; foi seu o fusca azul e seu também um sorriso largo; foi sua a Câmara Municipal; foram suas as leis que fez todas em favor de Patos; foi sua a “rua Grande” e todas as tardes de caminhar tranquilo, contando os passos…
Lembro de uma atividade política realizada pelo antigo PMDB, no mercado público de Patos, há cerca de 15 anos. Juracy Dantas acompanhava a comitiva de Zé Maranhão e Chica Motta e registrava tudo através de sua inseparável câmera fotográfica. Naquele tempo a fotografia ainda era analógica. Depois de uns 80 flash’s, Maranhão virou para Francisca e perguntou: – Chica? Essa máquina de Juracy não troca o filme não? Juracy deu uma “gaitada” daquelas que só ele sabia dar e esticou a mão para o governador: – “Prazer em revê-lo”.
Jura é imortal.
Sei que dele todos guardam uma lembrança. Disse-me alguém: “prazer em revê-lo; tristeza em perdê-lo”. É isso mesmo.
Repassei esta crônica de Misael para meu filho Luiz Gonzaga Júnior e recebi dele esta resposta: