Apesar de falta de consenso na cúpula da CPI da Covid, o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), decidiu incluir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na lista de investigados da comissão parlamentar de inquérito.
Ele disse ter tomado a decisão mesmo com a opinião contrária de colegas da CPI.
Renan Calheiros reconheceu que colegas como o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), avaliavam que ele deveria aguardar um aprofundamento das investigações sobre o ministro da Saúde antes de incluir Queiroga entre os investigados.
“Mas eu decidi incluir desde já por causa do que ele falou para o Tedros Adhanom [diretor-geral da Organização Mundial de Saúde), falando em tratamento precoce e uso de cloroquina”, afirmou Renan Calheiros.
“Vai ser transformado em investigado”, disse o o relator da CPI ao blog. O motivo, segundo o senador, é que “ainda em abril ele ligou para o Tedros Adhanom [diretor-geral da Organização Mundial da Saúde] e ofereceu cloroquina e tratamento precoce”.
Quatro nomes já são dados como certos de que vão sair da categoria de testemunhas para a de investigados.
São os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), o ex-secretário de Comunicação Social Fábio Wajngarten e a secretária de Gestão do Trabalho da Saúde, Mayra Pinheiro.
Renan Calheiros chegou a afirmar que a lista de investigados pode incluir até dez nomes.
Com a passagem para a condição de investigado, a autoridade fica sujeita a operações mais aprofundadas de quebra de sigilos e até de busca e apreensão pela CPI.