Você se lembra do tempo em que os mais pobres saíam de casa em casa pedindo “sobra de comer”???

By | 18/06/2021 10:23 am

Dá para alimentar mendigos com excessos, diz Guedes ao citar sobras de comida

Ministro sugeriu incentivos para evitar desperdícios e comparou brasileiros com classe média europeia

Na imagem, Guedes na saída do Ministério da Economia. Ministro participou nesta manhã de evento da Abras (Associação Brasileira de Supermercados)8.mar.2021

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta 5ª feira (17.jun.2021) que os brasileiros desperdiçam muita comida, criticando supostos “excessos” na cadeia produtiva e até em refeições. O economista usou como exemplo hábitos da “classe média europeia”, que, segundo ele, tem “pratos relativamente pequenos”.

“Você vê um prato de um [cidadão de] classe média europeu, que já enfrentou duas guerras mundiais, são pratos relativamente pequenos. E os nossos, aqui, fazemos almoços onde às vezes há uma sobra enorme. E isso vai até o final, que é a refeição da classe média alta. Até lá, há excessos”, afirmou.

Depois da declaração, o ministro sugeriu incentivos para evitar sobras. A ideia seria “transformar” o desperdício e direciona-lo a programas sociais, para atender “fragilizados, mendigos, desamparados”.

“A gente pode dar um incentivo para que tudo isso que seja perdido, ao invés de ser jogado fora, seja transformado e justamente canalizado para os programas sociais. Como se fossem postos de atendimento, para que isso possa ser endereçado aos mais necessitados”, disse.

“Toda aquela alimentação que não for utilizada durante aquele dia no restaurante dá para alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, desamparados. É muito melhor do que deixar estragar essa comida toda. E estraga diariamente, na mesa das classes mais altas brasileiras”, completou.

 

As medidas, segundo o ministro, visariam a acabar com a fome no Brasil: “Do nosso lado, nós temos que fazer políticas sociais que permitam que os mais frágeis e vulneráveis sejam incorporados à cadeia produtiva ou amparados socialmente, os que não puderem ser integrados”.

Procurado pelo Poder360, o Ministério da Economia disse que não irá comentar o caso.

RELEMBRE OUTRAS METÁFORAS

O ministro Paulo Guedes já utilizou de alegorias e sarcasmos em outros momentos, algumas declarações repercutiram mal na mídia e entre políticos. Relembre:

  • empregadas domésticas – em 12 de fevereiro de 2020, Guedes afirmou que que a taxa de câmbio mais alta é “boa para todo mundo”. Ilustrou seu raciocínio dizendo que, com o dólar numa cotação mais baixa, até mesmo “empregada doméstica” estava viajando para a Disney, nos Estados Unidos;
  • servidores públicos – em 7 de fevereiro de 2020, o ministro comparou funcionários públicos a “parasitas” em discurso feito durante seminário sobre o pacto federativo na Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), no Rio de Janeiro;
  • macacos e Orçamento – em 9 de abril de 2021, Guedes criticou a forma como o Orçamento 2021 foi negociado. Em um evento do Bradesco BBI, ele comparou a negociação do Orçamento a uma nave pilotada por macacos: “Você está aterrissando a nave em Marte. Aí chega um macaco lá, aperta 3 botões, chuta o painel e começa a desviar a nave”.

 

Nossa opinião

  • Quando eu era criança, havia muita gente que não tinha de onde tirar a comida de todo o dia. E que logo depois da hora do almoço saía de porta em porta pedindo “uma sobrinha de comer”. Eram os miseráveis, pois os pobres ainda davam um jeito de arranjar o “que comer”. Este tempo está bem longe, pois faz tempo que fui criança. Vieram governantes que foram adotando medidas que melhoraram a situação da população, uma delas a aposentadoria rural, a fiscalização do trabalho cobrando a assinatura das carteiras profissionais, o INPS para garantir a aposentadoria, o SUS para garantir assistência médica, o BPC para idosos e inválidos, as bolsas diversas (família, gás e outras), incentivos para a agricultura para baratear alimentos e medidas para limitar os lucros escandalosos de alguns. Agora nos vem, Paulo Guedes, mais interessado no lucro das empresas do que na melhora de condições de vida dos cidadãos e propõe organizar a distribuição das “sobrinhas de comer”. Depois de encher a barriga, o cidadão junta o que sobrou nos pratos e nas panelas, depois de alimentar gatos, cachorros e galinhas e leva para uma instituição que distribuirá “as sobras de comer”, com os miseráveis devidamente cadastrados pelo Governo. E a cada eleição essas listas serão distribuídas com os políticos com os políticos aliados dos governos que vão cobrar em votos aquele novo benefício que o governo criou.  Um governo de vergonha trabalharia para criar empregos, para baratear o custo da comida, para criar programas sociais que permitissem à população miserável se virar, enquanto chega o “chorado” emprego. Só que o Governo de Paulo Guedes não tem vergonha. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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