Em quatro meses, vacinação contra a covid-19 evitou mais de 40 mil mortes pela doença no Brasil

By | 19/06/2021 11:22 am

Redução de óbitos foi observada em brasileiros acima dos 70 anos, que receberam a primeira dose da vacina entre janeiro e maio, aponta levantamento da UFPel em parceria com a Uiversidade de Oxford e o Ministério da Saúde

(João Ker, O Estado de S. Paulo, 18.junho.2021)

Mais de 40 mil vidas foram poupadas no Brasil desde que a vacinação contra a covid-19 começou no País, aponta um levantamento da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a Universidade de Oxford e com base em dados do Ministério da Saúde coletados entre 3 de janeiro a 27 de maio deste ano. Em idosos acima dos 80 anos houve redução de 16% nos óbitos pela doença, enquanto o total de mortes pelo coronavírus entre pessoas dos 70 aos 79 anos também diminuiu 9% no mesmo período.

“Existe a diferença entre a eficácia da vacina e a efetividade, isto é, como ela age no ‘mundo real’. Esse recorte nos indica que a vacina está funcionando e, principalmente, que tanto a Coronavac quanto a AstraZeneca protegem contra a variante gama (P.1)”, explica o epidemiologista César Victora, professor emérito da UFPel e ex-presidente da Associação Internacional de Epidemiologia.

Até 89 mil idosos poderiam ter sido salvos se primeira proposta do Butantan tivesse sido aceita

Caça à vacina
Todas as vacinas contra o coronavírus disponíveis no Brasil são eficazes e seguras Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

O recorte da pesquisa leva em consideração o período em que a cobertura vacinal avançou lado a lado com a disseminação da variante gama no País, aumentando as mortes por covid em todas as faixas etárias entre janeiro e maio. Os dados apontam que a mortalidade por covid em pessoas acima dos 80 anos já começou a cair a partir de fevereiro, menos de um mês após o início da vacinação.

Da segunda quinzena de fevereiro em diante, cerca de 80% das pessoas com 80 anos ou mais já tinham se vacinado ao menos com a primeira dose da vacina, mesmo período em que o percentual de mortes entre essa faixa etária começou a cair de 25% até atingir a estabilidade nos 12% observados em maio. A estimativa é que 32,6 mil vidas foram poupadas apenas neste grupo durante o período.

Entre os adultos de 70 a 79 anos, 90% já tinham tomado ao menos a primeira dose da vacina até o final de maio. O impacto da cobertura vacinal no grupo começou a partir da segunda quinzena de abril e se estabilizou no fim do mês seguinte, quando eles passaram a representar 16% das mortes pela covid, contra os 25% de antes. Neste grupo, a pesquisa estima que 7,5 mil vidas foram popupadas graças à vacinação.

“Nós não sabíamos qual seria o desempenho da CoronaVac ou da AstraZeneca contra a variante gama, mas agora podemos afirma que tudo indica que as duas funcionam muito bem contra essa cepa”, aponta Victora. Ao longo de janeiro, a vacina produzida pelo Instituto Butantan representou 65,4% das doses aplicacadas, contra 29,8% da AstraZeneca/Oxford. Já entre abril e maio, essa proporção foi invertida e a CoronaVac passou a respresentar 36,5% das vacinas utilizadas, enquanto 53,3% eram da AstraZeneca/Oxford e o restante vinha da Pfizer/BioNTech ou do Instituto Serum.

Victora frisa ainda que as mortes por outras causas que não a covid permaneceram estáveis para ambos os grupos, o que eliminaria um possível “problema de dados ou registro de óbitos”. Segundo os dados do Ministério da Saúde, foram 238.414 óbitos pela doença e mais 447.817 por outras causas entre janeiro e maio. “Se a gente tivesse começado a vacinação ainda em dezembro, poderíamos ter salvado quase o dobro de vidas, porque a mortalidade começou a cair apenas no final de fevereiro”, observa o epidemiologista.

Mesmo com a redução dos óbitos, Victora alerta que o País está longe de viver o pós-pandemia e frisa que o uso da máscara facial e o distanciamento social continuam necessários no combate ao vírus. “Nenhuma vacina é 100% eficaz, elas protegem muito mais contra mortes e internações na UTI do que contra a infecção. A questão é que a probabilidade de os vacinados morrerem é muito menor do que os não vacinados.”

Nossa opinião

E muitos mais teriam sido salvos se tivessem começado a comprar e aplicar as vacinas ainda no ano passado.  Mais aí era pedir demais a quem dizia que a pandemia era uma gripezinha” que ia matar menos do que uma gripe. E quanto parentes e amigos seus morreram de lá para cá. E tem gente “mangando” de sua cara!(LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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