“Entre a cruz e a espada”, o Brasil precisa de uma terceira via!

By | 21/06/2021 9:19 am

Candidato de centro não precisa ser do PSDB, afirma Tasso

Para senador tucano, aliança de partidos em 2022 para enfrentar polarização é uma ‘possibilidade concreta’

Apontado como um dos “presidenciáveis” do PSDB para a eleição de 2022, o senador Tasso Jereissati (CE) disse neste domingo, 21, ver como uma “possibilidade concreta” a formação de uma aliança de forças políticas de centro para fazer frente à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para Tasso, o candidato que represente este campo não necessariamente tem de ser do PSDB. “Não precisa ser do nosso partido”, disse o parlamentar, referindo-se ao nome que lideraria a coalizão.

Ao participar de videoconferência do grupo Parlatório S.A., o senador cearense disse que a viabilidade de uma candidatura alternativa, a chamada terceira via, na corrida ao Palácio do Planalto do ano que vem, vai depender da pressão popular. “Se houver pressão da opinião publica, a possibilidade se torna mais concreta ainda”, afirmou o tucano.

Tasso
O senador Tasso Jereissati, durante debate virtual neste domingo, 20  Foto: Reprodução/Parlatório S.A.

Tasso é um dos quatro nomes cogitados para ser o candidato presidencial do PSDB em 2022. Além do senador, concorrem ao posto os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. As prévias do partido estão marcadas para novembro.

Questionado sobre a atuação do PSDB na corrida presidencial, Tasso defendeu a unidade da legenda e respondeu que as prévias tucanas também fazem parte da estratégia eleitoral para 2022. “Uma característica positiva que o PSDB tem é de ser um partido democrático, e, encontramos uma solução democrática. As prévias também são uma estratégia eleitoral”, disse. “Veja o caso dos Estados Unidos, onde há prévias. (…) Se você entrar do zero para alçar voo depois é muito difícil. Essa é uma das estratégias, e, depois da prévia, todo mundo vai entrar em campo para jogar junto”, afirmou o senador tucano.

Tasso citou o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro – ambos participantes da mesma reunião virtual – entre as “figuras centrais” no processo de aglutinação de forças de centro. “São atores fundamentais para que esse processo chegue”, afirmou o senador.

Ameaças

Integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que investiga ações e omissões de autoridades pelo agravamento da pandemia de covid-19, Tasso revelou que testemunhas receberam ameaças de morte. “Pelo menos duas pessoas já pediram proteção à CPI por ameaças de morte. (…) Isso é muito grave, temos uma banalização da morte no Brasil.”

Tasso afirmou que existe um “receio claro” do Congresso com alguns movimentos do presidente Jair Bolsonaro em relação ao poder Judiciário e outras instituições. “Todas as instituições estão em risco. Nesse momento, qualquer tipo de luta entre o Legislativo e o Judiciário seria inadequado. Existe um receio muito claro no Congresso de alguns movimentos do presidente da República em relação ao poder Judiciário.”

O senador ainda disse que causou preocupação na classe política o arquivamento pelo Exército do processo administrativo sobre a participação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em ato em apoio a Bolsonaro. “O silêncio das Forças Armadas intranquilizou o País e também o meio político. Hoje, existe uma intranquilidade muito grande”, afirmou. Tasso frisou que a não punição gerou ruído preocupante, mas afirmou acreditar que as Forças Armadas vão cumprir o papel de “resguardar a Constituição brasileira”.

Parlamentarismo

O senador também fez uma defesa da adoção do parlamentarismo. “Eu sou parlamentarista, defendo que esse parlamentarismo seja adaptado à nossa cultura, história e tradição. Essa é uma das bases do nosso partido, o PSDB. Hoje, muitos senadores já se posicionam a favor do parlamentarismo”, comentou Tasso.

O senador ponderou, no entanto, que a mudança do sistema de governo depende de uma reforma eleitoral totalmente diferente da discutida recentemente. “O ‘distritão’ seria a destruição dos partidos”, afirmou. Tasso completou que a “ideia básica” de mudança do sistema de governo no Brasil ao parlamentarismo está pronta para ser debatida, porém não na atual legislatura.

O senador tucano ponderou que, embora exista apoio da maioria dos senadores ao parlamentarismo – com cada um defendendo o seu modelo preferido –, será difícil fazer essa discussão na reforma política e eleitoral durante a atual legislatura. Isso porque, disse, a maioria dos deputados foi eleita dentro do sistema atual que prevê reeleição. “Existe receio de que o parlamentarismo coloque em risco suas eleições futuras”, comentou. “É uma ideia provavelmente a ser votada na próxima legislatura para não haver impasse maior”, acrescentou.

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Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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