Novo capítulo sugere que rachadinha é patrimônio da família Bolsonaro

By | 05/09/2021 9:08 am

Digitais de Jair e semelhanças aparecem em acusação feita por ex-assessor de Flávio

Ao longo dos anos, Jair Bolsonaro controlou as jogadas que transformaram sua família numa operação política. Fabricou candidaturas para os filhos, fez com que um deles disputasse uma eleição contra a própria mãe e designou gente de sua confiança para os gabinetes da prole.

Apesar do protagonismo, o presidente sempre tentou manter distância de suspeitas que envolvem a família. Quando estourou o escândalo da rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, Jair chegou a dizer que o filho teria que pagar se surgissem provas do crime. Os capítulos seguintes dessa história, porém, tornam praticamente impossível dissociar esses métodos do chefe do clã.

Na mais recente revelação, um ex-assessor de Flávio disse ao site Metrópoles que, por quase quatro anos, teve que entregar 80% de seu salário a Ana Cristina Valle, então mulher de Bolsonaro. Segundo esse funcionário, ela era encarregada de recolher o dinheiro de todo o pessoal lotado ali e no gabinete de Carlos na Câmara de Vereadores do Rio.

Digitais do presidente aparecem nos relatos de Marcelo Luiz Nogueira dos Santos. Ele afirmou que Bolsonaro, que era deputado à época, tinha conhecimento do esquema. Além disso, Jair teria tomado a decisão de passar o comando da operação para Flávio e Carlos depois de descobrir que Ana Cristina o traía.

Marcelo disse que não era funcionário fantasma, mas declarou que parte do pessoal que integrava a rachadinha nem aparecia para trabalhar. Há suspeitas de que essa prática ocorria nos gabinetes de outros Bolsonaros, incluindo o próprio Jair. Casos já revelados têm como personagens uma filha de Fabrício Queiroz e a inesquecível Wal do Açaí.

O ex-assessor afirmou ainda que pagava Ana Cristina em mãos e em dinheiro vivo. Investigações já apontaram que essa era uma rotina do gabinete de Flávio e, em março, o UOL revelou que quatro funcionários de Jair na Câmara sacavam em espécie mais de 70% de seus salários. Tudo indica que os métodos da rachadinha eram um patrimônio da família.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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