(José Romildo Sousa, escritor, poeta, historiador e consultor cultural)
A cidade de Patos sempre se apresentou como uma das importantes representantes do futebol paraibano. Desde o início do século passado que uma substanciosa quantidade de equipes amadoras foi sendo criada, a exemplo do Espinharas Esporte Clube, uma das primeiras e o decantado Botafogo de Seu Inocêncio Oliveira, portador de invejável sucesso ao atuar por 11 anos e nunca perder uma partida. Inclusive foi esta equipe a precursora da equipe “Terror do Sertão”, agremiação comandada por Seu Zéu Palmeira, que teve também seus momentos de glórias. Seguindo este raciocínio, ainda faz parte do contexto futebolístico da cidade o Nacional Atlético Clube que chegou no ano de 2007, a emplacar o título de Campeão Paraibano de Futebol.
Entretanto, ao lado do futebol de campo outra modalidade esportiva começou a empolgar a partir da década de 60 os torcedores patoenses, sendo conhecido inicialmente como Futebol de Salão. Originário do Uruguai chegou ao Brasil em 1935, que tem tido nas últimas décadas um grande crescimento; chegando ao lado do futebol, a ser um dos esportes mais praticados no país por homens e mulheres.
O Futebol de Salão na cidade de Patos teve seu início, crescimento e apogeu na quadra do Tiro de Guerra 07-172, que foi inaugurado em 1953, na rua Floriano Peixoto, dentro das comemorações alusivas ao 50º aniversário da elevação da vila de Patos a categoria de cidade, tendo como instrutor o Sargento Porfírio de Brito.
Como primeira providência de Sargento Porfírio na nova unidade militar foi a construção de um espaço apropriado para as instruções dos atiradores. Daí surgiu em 1958, a famosa quadra do Tiro de Guerra, sendo reformada em 1970, onde a grande maioria dos jogos de futebol de salão foram ali realizados, arregimentando sempre um grande número de expectadores e oportunizando o aparecimento de fenomenais atletas.
Dentro deste contexto, duas equipes se destacaram no cenário esportivo do futebol de salão de Patos: a do Estudante e a do Básico. Segundo Iran Nóbrega, um dos craques deste esporte, estes dois times foram realmente as melhores equipes de todos os tempos. A primeira tinha como base os jogadores: Iran, Elson e Veloso e a segunda que defendia as cores do Colégio Comercial Roberto Simonsen (Básico) era comandado por Dissôr, Tuca e Dalteir. Mas também de muito destaque foram as equipes da Rádio Espinharas, Estrela, Palmeiras, Associação Atlética Fortelândia e Associação Atlético do Banco do Estado da Paraíba.
Um dos inesquecíveis momentos do Futebol de Salão em Patos foi quando os atiradores da turma de 1972 estiveram representando a cidade no Campeonato dos Tiros de Guerra do Nordeste Brasileiro, certame realizado na quadra da unidade militar da Morada do Sol, onde a equipe de Patos se consagrou campeão do torneio. Jogando inclusive, contra os Times dos Tiros de Guerra de Mossoró (RN), Cajazeiras e Palmares (PE). A semifinal foi com Palmeira dos Índios (AL) e a finalíssima com o Time de Goiânia (PE).
A decisão do T.G. de Patos com o T.G. de Goiânia foi nos pênaltis, uma vez que o tempo normal terminou no 0X0. Na ocasião, a quara do Tiro de Guerra de Patos estava lotada de atiradores de todo o Nordeste. Pedro Cruz Guedes que fez o último gol da sequência dos pênaltis foi considerado como o melhor jogador do campeonato e Rui Liberal, o artilheiro da equipe das Espinharas, fazendo tentos em quase todos os jogos.
Segundo José Wilson, Patos teve mais ainda as duas melhores equipes juvenis do Futebol de Salão de Patos, nos anos de 1974 e 1975 sendo elas: ESTRELA de Nino e PALMEIRAS de Fernando Formiga, que realizaram grandes apresentações na quadra do antigo Tiro de Guerra vizinho ao Patos Tenis Clube (ver equipes no quadro “Equipes de Futebol de Salão”).
Em 1982 apareceu oficialmente o termo “Futsal”, quando da realização no Ginásio do Ibirapuera o 1ª Campeonato Mundial de Seleções de Futsal e o Brasil foi o campeão deste certame ao vencer na final o time do Paraguai. Vinte anos depois, aconteceu o 1º Brasileiro de Seleções Feminino em São Paulo onde a seleção paulista foi a campeã de forma invicta.
Nossa opinião
Muitas vezes, na condição de professor do Diocesano/Estadual acompanhei como torcedor a equipe da casa e terminava como porteiro do grupo para cobrar os ingressos. Nesta condição assistir partidas inesquecíveis, principalmente entre o Estadual e o Roberto Simonsen. As fotos do acervo de Romildo me fizeram mexer com o coração. Tem até uma da equipe da Espinharas, com os saudosos Zé do Bonfim, Pedro Correia, Virgílio Trindade, Aluísio Araújo, meu primo Jabiraca e Nestor Gondim. Restam Petrônio Gouveia, Adalberto Pereira e Nilson de Peri. Nas outras fotos consegui identificar alguns poucos: Firmino, Iran, Bartô, Dinaldo, Érico, Nego Lino, Osvaldo Trigueiro, Bastinho e Dissô, a maioria ainda vivos. Firmino, Bastô e Dinaldo já viraram saudade. (LGLM)