A quase um ano do primeiro turno, presidente ainda não tem legenda para entrar na disputa
Bruno Boghossian, colunista da Folha, em 23/09/2021, com comentário nosso)
Uma ala dos parlamentares negocia se filiar ao PP, que se tornou um representante institucional do bolsonarismo desde a eleição de Arthur Lira para a presidência da Câmara e a nomeação de Ciro Nogueira para a chefia da Casa Civil. Mas outro grupo faz conversas no varejo com partidos que flertam com o presidente, como PTB, PSC e PRTB.
O PP já foi o destino quase certo de Bolsonaro. Havia resistências em alguns estados, mas Ciro Nogueira trabalhava para selar a filiação. A oposição interna ao plano cresceu com a insistência do presidente na agenda golpista e a percepção de integrantes da sigla de que as chances de reeleição diminuem com o tempo.
Um presidente com recall nas alturas e o controle da máquina pública não deveria sofrer para encontrar um partido político. A incerteza sugere que pouca gente confia em Bolsonaro e aposta fichas em sua vitória.
Nossa opinião
- O saudoso Zé Cavalcante, em sua imensa experiência política, repetia a sabedoria popular: “Jumento carregado de açúcar, até o rabo é doce”. Em 2018, todo mundo corria atrás de Bolsonaro, hoje, diante da decepção que tem sido o seu governo, muitos se preparam para correr de perto dele. (LGLM)