Congresso dá uma sobrevida aos partidos pequenos ameaçados pela cláusula da barreira

By | 28/09/2021 9:15 am

(Elisa Clavery e Gustavo Garcia, g1 — Brasília, 

O veto foi rejeitado, primeiramente, pelo Senado, por 45 votos a 25. Na sequência, na Câmara, o veto foi derrubado por 353 votos a 110. Com a decisão dos congressistas, o projeto vai à promulgação e a federação valerá para as próximas eleições.

A proposta é uma bandeira dos partidos menores, como Rede e PCdoB, que temem não alcançar a chamada “cláusula de barreira”, criada para extinguir legendas que não tenham um desempenho mínimo a cada eleição. Com a mudança, o desempenho seria calculado para a federação como um todo, e não para cada partido individualmente.

A federação de partidos, pelo texto aprovado no Congresso, permite a união de siglas com afinidade ideológica e programática, sem que seja necessário fundir os diretórios.

A união deve durar, pelo menos, quatro anos. O partido que se desligar antes desse período perde, por exemplo, o acesso ao fundo partidário.

Coligações partidárias

A federação difere do modelo das coligações partidárias, cuja formação vale pelo período da campanha.

Extinto em 2017, o mecanismo das coligações é criticado por especialistas por criar os chamados “partidos de aluguel” apenas para as eleições e, muitas vezes, unir siglas com ideologias diferentes que tendem a negociar apoios na base do “toma-lá-dá-cá”.

Apesar da diferença, o governo justificou o veto integral à proposta afirmando que a federação “inauguraria um novo formato com características análogas à das coligações partidárias”, o que “contraria o interesse público”.

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) defendeu as federações e disse que elas não têm “nada a ver” com coligações.

Na avaliação de especialistas, as federações são melhores que as coligações – uma vez que exigem atuação conjunta no Legislativo, inclusive no âmbito nacional.

Para o cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Claudio Couto, a mudança é positiva e permite uma “transição para a fusão de partidos com afinidades”.

Contudo, na visão de alguns pesquisadores, o modelo abre brechas para que partidos que não conseguirem cumprir a cláusula de desempenho mantenham acesso a recursos.

“O cenário de quatro anos, que é bastante em comparação com as coligações, é curto numa perspectiva geral”, diz a cientista política Lara Mesquista, também da FGV.

“Não deixa de ser uma tentativa dos partidos de garantir acesso ao fundo partidário e tempo de TV mesmo sem cumprir a cláusula.”, afirmou.

Pela proposta, a União “atuará como se fosse uma única agremiação partidária” após registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que precisa ocorrer até a data final do período de realização das convenções.

Além disso, a federação terá que se submeter às mesmas regras que regem o funcionamento parlamentar e a fidelidade partidária.

Nossa opinião
Os partidos pequenos temerosos da ameaça  de extinção, tentaram ressuscitar as coligações que possibilitaria que eles resistissem à cláusula de barreira que exige um número de mínimo de deputados para que os partidos recebam dinheiro dos fundos eleitorais e partidários e tenha acesso aos programas gratuitos de rádio e televisão. Para manter as coligações fizeram um acordo para aprovarem um projeto da Câmara que aprovou também a criação do “distritão”. Quando o projeto foi para votação no Senado, os senadores que não concordavam com o “distritão” derrotaram a matéria. Outro projeto que beneficiava os partidos pequenos era o que  permitia a criação das federações partidárias, mas este, aprovado pelo Congresso foi vetado pelo Presidente Bolsonaro. Senadores e deputados se sensibilizaram com o apelo dos partidos pequenos e resolveram derrubar o veto do presidente ao projeto que permitia a criação das federações partidárias. O que terminou acontecendo, como se informa na notícia. Agora, resta aguardar a promulgação do projeto pelo Congresso Nacional, o que pode acontecer ainda hoje, embora o prazo fatal para que entre em vigor, a tempo de valer para as próximas eleições, termine no próximo dia primeiro de outubro. (LÇLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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