De volta ao Brasil, Moro discute candidatura em 2022
Ex-ministro se reuniu com integrantes da cúpula do Podemos; sigla tenta convencê-lo a assumir papel de candidato da ‘terceira via’ na corrida presidencial
Além de Oriovisto, participaram da conversa de sábado a deputada federal Renata Abreu, presidente nacional do Podemos, e os outros dois senadores do Paraná: Álvaro Dias e Flávio Arns. O comando do partido tenta convencer Moro a assumir o papel de candidato da chamada terceira via para se contrapor à polarização vista hoje nas pesquisas entre o ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro. O partido alega dispor de pesquisas que indicariam o bom potencial de uma candidatura presidencial de Moro. Mas o ex-juiz ainda analisa outras hipóteses.
Uma delas é a de concorrer ao Senado. Neste caso, há duas opções sendo avaliadas: disputar pelo Paraná, sua terra natal, ou por São Paulo, onde tem bastante popularidade. Para 2022, existe apenas uma vaga em jogo por Estado para o Senado. E, no caso do Paraná, Álvaro Dias deve tentar a reeleição. Assim, a disputa por São Paulo seria mais viável e poderia, inclusive, fazer parte de um pacote político mais amplo, que incluiria uma aliança nacional em torno de outra candidatura de terceira via.
A terceira opção para Moro é seguir atuando como consultor e renovar seu contrato com a Alvarez & Marsal, empresa onde atua como diretor-executivo do escritório de Washington na área de compliance. Assim, Moro tem sinalizado a apoiadores que só pretende definir seu futuro em novembro, já que, nesse período, seu contrato de consultor completará um ano. Ele decidirá se o renovará ou se vai migrar para a disputa eleitoral.
Na próxima semana, Moro deve intensificar sua agenda de conversas, viajando até Brasília. Na capital, deverá conversar também com lideranças de outros partidos, até para avaliar o potencial de uma aliança entre os interessados em construir uma candidatura de terceira via.
- Depois do conchavo que fez com Bolsonaro para tirar Lula do páreo em 2018, Moro a quem tanto valorizei na época, não me parece uma boa opção para o Brasil. Dá a impressão de que é capaz de tudo. Torço por uma terceira via mas não acho que ele seja um bom candidato. Melhor do que ele talvez fosse Eduardo Leite, atual governador do Rio Grande do Sul, que disputa com João Dória a candidatura presidencial pelo PSDB. Em 2018, votei em Ciro Gomes, no primeiro turno, mas não acho que ele tenha condições de se constituir numa terceira força em 2022. Na esquerda talvez dificilmente surja uma alternativa a Lula. (LGLM).