Dos problemas criados por cães

By | 02/10/2021 12:55 pm

(Luiz Gonzaga Lima de Morais)

Nos últimos dias, “sites” e redes sociais da região têm dado conta de problemas criados, não só pelos cães sem dono da cidade de Patos, como por cães criados por moradores tanto na cidade como na zona rural. Apesar de séculos de domesticação, o cão não perdeu o seu instinto de caçador. E mesmo aqueles criados presos, muitas vezes exercem este instinto. Nós mesmos, já criamos uma cadela, que recebeu dos meus filhos o nome de Costelinha, que levei para criar no sítio, mas desisti. Mesmo amarrada, não podia passar uma galinha por perto dela, que ela partia para pegar. Como deu alguns prejuízos para mim e para minha então caseira,  resolvi trazê-la para a rua, onde a havia pegado para criar, e soltá-la. Isto há mais de trinta anos atrás, quando os cães vadios não atanazavam nas ruas de Patos.

Algum tempo antes, quando possuía uma granjazinha nos Mares, meu tio Inácio Paca, que residia comigo, recebeu uma queixa de um vizinho de que seu cachorro Trigueiro fora surpreendido correndo atrás de suas ovelhas. Meu tio respondeu o recado dizendo que, se Trigueiro repetisse a tentativa de pegar as ovelhas do vizinho, esse poderia matá-lo. Como assisti o episódio pedi ao meu tio para cria-lo e o trouxe para Patos, onde o criei por vários anos, na Enaldo Torres, na rua da Pedra e na Deodoro da Fonseca. Meus meninos mudaram-lhe o nome para Ted. Em Patos ele só caçava alguns animais de pequeno porte na beira do Rio Espinharas, próximo da minha casa. Como ele ficava no meio da rua, então forrada de areia, conhecia todos os maconheiros que frequentavam a beira do rio e só latia quando aparecia um frequentador novo. Quem morou ou transitou por ali na década de setenta deve se lembrar dele. Ted morreu em consequência de um atropelamento, apesar de várias tentativas nossas de salvá-lo, submetendo-o a várias diversas cirurgias com profissionais amigos no Hospital Veterinário.

No sítio, nos últimos quarenta anos sempre criamos cães e quase sempre amarrados, a não ser quando eram cadelas, geralmente, mais caseiras. Criávamos os cães presos para evitar problemas com os vizinhos, pois era comum os cães  morrerem envenenados pelas carcaças dos animais que abatiam. Por sinal, a alusão a esta prática da zona rural, feita por mim recentemente, me causou alguns inconvenientes.

Na realidade, uma outra abordagem nossa, também causou incômodo em alguns criadores de cães e defensores de animais. A solução não é matar os cães que, exercendo seu instinto animal, matam outros animais. O caminho legal é recorrer à Justiça. Se o cão que o prejudicou de alguma forma tem dono, você pode acionar o dono na Justiça. Se é um cão sem dono, você pode recorrer à Justiça contra a Prefeitura de sua cidade, pois é dela a responsabilidade última pela existência de cães vadios soltos pelas ruas. Se ameaçam a população têm que ser contidos de alguma maneira. E estas ameaças podem acontecer de várias formas, inclusive com a transmissão de doenças, como já foi divulgado que tem acontecido aqui em Patos.

Em tempo: Tenho um vizinho na granja que tem uns cinco cães e todos dormem amarrados e só ficam soltos, durante o dia, quando o estão acompanhando na roça. O último que criei na zona rural vivia amarrado pois era muito briguento.

Apesar do incidente recente, crio também um cão em casa. Um Lhasa Apso que faz a alegria dos de casa e dos netos quando me visitam. Quando volto de uma viagem, Toy faz uma verdadeira festa.

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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