Que verdade incômoda Damião estará publicando para haver tanta má vontade para com a publicação do seu livro?
(Luiz Gonzaga Lima de Morais)
A cidade de Patos está se transformando numa cidade sem memória. Não temos prédios históricos, não temos monumentos históricos e as testemunhas vivas da nossa história recente e repositórios das nossas lembranças estão indo uma atrás da outra em busca do repouso eterno.
Com essas memórias que estão se perdendo, vai se perdendo também a nossa história. Restariam para nós como repositórios de nossas lembranças os livros, as fotos e as gravações de entrevistas e histórias.
De livros de história de Patos, só nos legaram uns poucos como a História de Patos do Professor Manoel de Sousa Oliveira e Retalhos do Sertão de José Perminio Wanderley. Alguns escritores, patoenses Neó Trajano e José Motta Victor, escreveram livros que falam sobre figuras e fatos de Patos.
Existe em Patos um Instituto Histórico e Geográfico que tentam manter viva a nossa cultura e a nossa História. Mas não temos um museu público, além de alguns museus particulares. A Fundação Ernani Sátiro guarda um acervo com objetos e livros que falam sobre a cidade de Patos.
Mas a tentativa de resguardar em livro a história de Patos só sobrevive em dois abnegados historiadores. José Romildo de Sousa e Damião Lucena. Romildo vem publicando nas redes socias perfis de figuras das mais diversas atividades que fizeram e fazem a história de Patos e fatos políticos, sociais, religiosos e humorísticos que contribuem para a nossa história. O que Romildo tem publicado já merecia ser enfeixado em um ou mais livros, além dos que ele já escreveu, por exemplo sobre o futebol Patos.
Damião Lucena é outro cultor da história de Patos. Já escreveu vários livros, muito ilustrados abordando fatos e figuras da história de Patos. Inclusive já escreveu uma bem fundamentada História de Patos.
Este livro, à custa de muita pesquisa, vem sendo ampliado de tal maneira que já demanda a sua publicação em dois volumes. E esta publicação é muito importante para que adultos e crianças conheçam profundamente a história de nossa cidade.
Mas, para vergonha dos que amamos a nossa cidade e a sua história, Damião não vem encontrando o financiamento necessário para editar o seu livro. Livro esse, que uma vez publicado, poderia ser distribuído por todos os nossos estabelecimentos de ensino, servindo para que os nossos estudantes conhecessem a pujante história de nossa cidade.
Mas Damião Lucena não está conseguindo este apoio. A cidade que encontra recursos para gastar milhões com um São João, com um carnaval e com outros eventos passageiros, não tem vergonha de negar o apoio para a publicação de uma história da nossa cidade. Onde estão a Fundação de Cultura de Patos, onde está a Secretária de Educação de Patos que deixam um fato desta natureza acontecer. Secretaria podia fazer uma compra antecipada para distribuir nas escoladas das redes públicas e privadas, a Fundação de Cultura para oferecer com souvenirs de divulgação da cultura de Patos.
E trabalhador cultural merece ser recompensado pelo tempo e esforço dedicado a escrever suas obras, como qualquer trabalhador. É uma profissão como qualquer uma outra. Embora existam os “gigolôs” da cultura. Só os analfabetos não entendem isso. Aliás, não são todos. Muitos, apesar de não saberem ler, admiram os que sabem ler e muito mais quem sabe escrever.