Passaporte de Vacinação é legal e tática benéfica contra o Coronavírus

By | 05/10/2021 4:08 pm

(Vicente Conserva, divulgado no Notícias da Manhã)

Brasil afora, a instituição de passaporte de vacinação ou barreiras de vacinação, como queiram chamar, vem causando uma certa polêmica já que muitos cidadãos decidiram não tomar a vacina e acreditam que com essa exigência fica difícil a locomoção. É bom que se diga que vários países, a exemplo dos Estados Unidos onde só 55% da população está totalmente vacinada, o passaporte é exigência.
Por aqui, a norma causou revolta em alguns que pelo mesmo motivo relutam em se vacinar e contribuir para melhor impedimento da proliferação do vírus. É bom lembrar que até agora, além das medidas sanitárias, a vacinação é a forma mais eficaz para não propagação do coronavirus.
Tenho percebido que em Patos nem todos os estabelecimentos vêm cumprindo as normas, o que facilita a população a não aderir ao chamamento para vacinação. Não teremos êxito na ação caso nem todos adiram à medida e cobre o cartão. Vale ressaltar, que a intenção maior desta exigência é impedir que o vírus continue infectando mais e mais pessoas e estas morram. Não venceremos essa guerra se todos não entenderem isso. Por isso, não vejo problema algum nesta exigência.
No último sábado, presenciei as equipes da Prefeitura fazendo a verificação se as pessoas que pretendiam adentrar em espaços estavam portando o cartão de vacinação ou fazendo uso do App Conect SUS, que conste o registro da 1ª dose da vacina contra a Covid-19.
A Prefeitura Municipal ressalta que já está em vigor o decreto que exige em todo território municipal, a apresentação do cartão de vacinação contra a covid-19, ou o registro da mesma no App Conect SUS, para qualquer pessoa que possa adentrar em qualquer estabelecimento, seja ele público ou privado.
O Procon vai a partir do próximo sábado fazer um trabalho de barreiras sanitárias para cobrar a apresentação do cartão de vacina covid atualizado na feira livre e em outros estabelecimentos.
Em vários lugares, muitos tem se levantado contra, a exemplo do Ministério Público aqui em Patos, no Rio de Janeiro, e em outros lugares sob o argumento que o passaporte violaria o direito de ir r vir do cidadão. Mas não é este o entendimento da suprema corte do país – STF.
Em sua decisão, Luiz Fux afirmou que o Supremo estabeleceu que, no combate à epidemia de Covid-19, os entes federativos têm competência administrativa comum e legislativa concorrente para dispor sobre o funcionamento de serviços públicos e outras atividades econômicas no âmbito de suas atribuições (Ação Direta de Inconstitucionalidade 6.341).
E isso permite que municípios suplementem a legislação federal e a estadual no que couber, desde que haja interesse local. Para isso, os municípios podem estabelecer medidas relativas à área de saúde, com a consequente descentralização da execução de serviços, inclusive no que diz respeito às atividades de vigilância sanitária e epidemiológica (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 672).
O presidente do STF, Luiz Fux, suspendeu, na quinta-feira passada, liminar do desembargador Paulo Rangel, do Tribunal de Justiça fluminense, que sustou os efeitos do decreto municipal que instituiu o “passaporte da vacina” no Rio de Janeiro.
A Confederação Nacional dos Municípios (CMN) divulgou nota, no último sábado, de repúdio às declarações do presidente Jair Bolsonaro contra a exigência nas cidades do passaporte de vacina.
Na sexta-feira, na cidade paranaense de Maringá, no Paraná, o presidente Jair Bolsonaro abriu sua nova frente de guerra contra o passaporte sanitário. “Naquilo que depender do Governo Federal, nós não teremos passaporte da covid-19. Nunca apoiamos medidas restritivas. Sempre estivemos ao lado da liberdade, do direito de ir e vir, do direito ao trabalho e da liberdade religiosa”, declarou o presidente.
Bolsonaro também afirmou que “não podemos admitir algumas medidas restritivas. Liberdade a cima de tudo. Não podemos admitir que protótipos de ditadores, em nome da saúde, tirem a liberdade de vocês”.
Em nota, assinada pelo presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, a entidade diz que o “movimento municipalista repudia veementemente fala do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a adoção do chamado passaporte da vacina por municípios”. “O preço que o país vem pagando pelas falas e ações do chefe do Poder Executivo federal é imensurável, e atinge toda a população brasileira, das mais diversas formas possíveis”.
Creio que na contramão do governo federal, os Municípios vêm realizando diversas ações de conscientização da população sobre a importância da vacinação e de medidas não-farmacológicas para vencer a pandemia e, consequentemente, possibilitar o mais rapidamente possível a retomada do desenvolvimento social e econômico do país. Na mesma trajetória responsável e cidadã, prefeitos e prefeitas têm adotado o passaporte da vacinação como medida sanitária de cuidado coletivo com o objetivo de garantir o maior número de cobertura vacinal de seus munícipes.
O cidadão tem a liberdade de não vacinar. Isso não significa que não se traga a ele consequências dessa decisão, pois se trata de uma questão de saúde pública coletiva. E foi isso que a Lei Federal 13.970/2020 e o Supremo Tribunal Federal (STF) definiram quando estabeleceram algumas premissas importantes para essa medida.
É dever do Estado garantir a saúde a partir da formulação e da execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos. Importante destacar, ainda, que a Fiocruz aponta o passaporte da vacina como uma importante estratégia para estimular e ampliar a vacinação no Brasil e afirma que “a proteção de uns depende da proteção de outros e de que não haverá saúde para alguns se não houver saúde para todos”.
Diante de 600 mil mortos e milhares de famílias impactadas, não há espaço para polemizar novamente uma medida de saúde pública adotada não apenas no Brasil como em muitos outros países. É preciso de uma vez por todas vencer a pandemia e a falta de responsabilidade daquele que deveria liderar a nação nesse caminho.

 

Nossa opinião

  • Tem todo razão o colega Vicente. Só os negacionistas são contra as medidas de combate à pandemia. Sem respeitar os seiscentos mil mortos provocados pela COVID 19.  Agora a Assembleia Legislativa da Paraíba  também aprovou a exigência do “passaporte”. Que vão fazer os contestadores? (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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