A lamentável situação de Marcelo Queiroga no Ministério da Saúde

By | 08/10/2021 8:45 am

O presidente Jair Bolsonaro está prestes a atroçoar  seu quarto ministro da Saúde. Poderia ser moer, triturar, despedaçar, fritar, mas é pior. O produto final a que foi transformado o ex-ministro Eduardo Pazuello, por exemplo, não foi outra coisa que não um troço.

Os outros dois ministros quase chegaram a tanto, mas escaparam por pouco.

O ex-ministro Nelson Teich ficou pouco tempo no cargo. Depois que saiu, alegou ter sido contra o desejo de Bolsonaro de ver o Ministério da Saúde recomendando o tratamento precoce e receitando cloroquina e ivermectina contra a Covid-19.

A alegação de resistência ao comando presidencial e o pouco tempo em que ficou no Ministério ajudaram a salvar sua reputação profissional, sem antes ter sido arranhada pela aparente subserviência, tibieza de ações e claramente ter tido o poder subtraído pelo gabinete paralelo. Ficou um tempo feito troço lá no Ministério enquanto o presidente discutia o enfrentamento da pandemia com a médica Nise Yamaguchi e o deputado Osmar Terra.

Com maior experiência política, o ministro Luiz Henrique Mandetta conseguiu resistir mais de um ano no cargo. O fato de ter se destacado pela eficiência no comando da Saúde lhe deu força para enfrentar o presidente por mais tempo e traçar a estratégia de enfrentamento da pandemia, seguindo orientações da ciência e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas enfrentou uma luta interna destroçante.

Difícil não imaginar agora que o destino do ministro Marcelo Queiroga seja semelhante ao dos ex-ministros, sendo que descamba para chegar à situação de Pazuello.

Pior é que os últimos acontecimentos atuam contra Queiroga. A pedido de Bolsonaro, ele está há quase dois meses falando em desobrigar o uso de máscaras; tem agido para desmerecer a CoronaVac e até comprado briga com o governador de São Paulo, João Doria, por causa de vacinas; participou de todas as presepadas da comitiva presidencial em Nova York e ainda estirou o dedo para manifestantes e, agora, parece envolvido em uma manobra para não permitir que a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS) aprove protocolo que condena o uso o “Kit covid”.

A imprensa nacional fala de uma bronca de Bolsonaro em Queiroga e de uma ordem para suspender a reunião da Conitec. Expõe o ministro como um dos auxiliares mais subservientes ao presidente e traça semelhanças com a situação de Pazuello.

O governo Bolsonaro tem se constituído numa terrível máquina de destruir ministros. Entram com renome e vão-se com desdouro. Lamentável se Queiroga aceitar tanto.

Nossa opinião

  • E com todo este desgaste, Marcelo Queiroga ainda tem a ilusão de pensar em ser candidato a senador pela Paraíba. Como se Bolsonaro ainda estivesse com a “corda toda”, iludindo o povo brasileiro, como aconteceu em 2018, elegendo dezenas de “postes”. (LGLM)

 

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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