Decisão do TSE de não cassar chapa Bolsonaro/Mourão talvez tenha sido melhor para o país!

By | 28/10/2021 3:25 pm

Arquivadas ações de cassação no TSE, Bolsonaro ainda é alvo de cinco inquéritos; veja lista

Presidente enfrenta processos no STF e inquérito administrativo no próprio TSE

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou nesta quinta-feira, 28, o pedido de cassação da chapa formada pelo presidente Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão. Assim, foram arquivadas duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) que estavam em análise na corte e tratavam da promoção de disparos em massa de notícias falsas e ataques a adversários na eleição de 2018.

O arquivamento, porém, não encerra as pendências de Bolsonaro na Justiça. Ele é investigado em outros cinco inquéritos em andamento, sendo quatro no Supremo Tribunal Federal (STF) e um no TSE. Este último, aberto após a live em que o presidente fez alegações falsas sobre a segurança das urnas eletrônicas e defendeu o voto impresso, pode torná-lo inelegível.

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O presidente Jair Bolsonaro é alvo de inquéritos no TSE e no Supremo. Foto: Joedson Alves/EFE

CPI da Covid também pediu o indiciamento do presidente por 9 crimes supostamente cometidos no combate à pandemia, mas a abertura formal de processos por crime comum depende de decisão da Procuradoria-Geral da República e autorização da Câmara dos Deputados.

Entenda os inquéritos contra Bolsonaro em andamento na Justiça:

TSE

  • Inquérito administrativo

Tramita em sigilo no TSE o inquérito administrativo aberto em 2 de agosto sobre declarações infundadas de Bolsonaro em relação a fraudes no sistema eletrônico de votação e ameaças às eleições de 2022.

O inquérito administrativo, proposto pela Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral, apura se, ao promover uma série de ataques sem provas às urnas eletrônicas, Bolsonaro praticou “abuso do poder econômico e político, uso indevido dos meios de comunicação, corrupção, fraude, condutas vedadas a agentes públicos e propaganda extemporânea”.

A abertura da ação na corte eleitoral representa até agora o mais duro movimento do Judiciário na tentativa de conter ameaças do presidente às eleições do ano que vem. Como mostrou o Estadão, o inquérito administrativo pode tirar Bolsonaro da corrida pela reeleição, tornando-o inelegível.

STF

  • Interferência na PF

É o mais antigo dos inquéritos abertos contra Bolsonaro na Corte. A ação investiga as denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, em abril de 2020, quando deixou o governo. Segundo o ex-juiz da Lava Jato, Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal e em inquéritos que atingiam membros de sua família.

O inquérito foi aberto pelo então ministro do STF Celso de Mello. Com a aposentadoria do decano, o processo passou para o ministro Alexandre de Moraes.

  • Vazamento de informação sigilosa

O ministro Alexandre de Moraes abriu, em 12 de agosto, ação para investigar o presidente da República pelo vazamento de informações sigilosas de inquérito da PF sobre suposta violação de urnas eletrônicas em 2018. A notícia-crime foi enviada pelo presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e aceita por Moraes. O inquérito é sigiloso. Neste mês, Moraes prorrogou por mais 60 dias a investigação. O objetivo é esclarecer se o presidente e o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) cometeram crime ao divulgar trechos de um relatório sigiloso da Polícia Federal durante uma live realizada com o objetivo de demonstrar a vulnerabilidade das urnas eletrônicas – o que não ocorreu.

  • Prevaricação

Em julho, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República, a ministra Rosa Weber autorizou a abertura do inquérito para apurar se o presidente Bolsonaro cometeu crime de prevaricação por supostamente não ter comunicado aos órgãos de investigação indícios de corrupção nas negociações para compra da vacina indiana Covaxin.

O inquérito teve origem em uma notícia-crime oferecida pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) a partir das suspeitas tornadas públicas na CPI da Covid. Em depoimento ao colegiado, os irmãos Luiz Miranda (DEM-DF), que é deputado,  e o servidor do Ministério da Saúde, Luiz Ricardo Miranda, disseram ter relatado ao presidente as suspeitas de irregularidades no contrato de R$ 1,6 bilhão.

O crime de prevaricação é descrito no Código Penal como “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.

  • Inquérito das fake news

Depois de Bolsonaro prometer apresentar, em transmissão nas redes sociais, provas de que o sistema eleitoral seria passível de fraude, mas acabar usando como argumento notícias falsas e vídeos antigos já desmentidos pelo TSE, o ministro Alexandre de Moraes acolheu notícia-crime enviada pela corte eleitoral e abriu mais uma ação contra o presidente, o que resultou na inclusão do mandatário como investigado no inquérito das fake news.

De acordo com Moraes, as condutas relatadas na notícia-crime assinada pelo presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, configuram, em tese, os crimes de calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime, apologia ao crime, associação criminosa e denunciação caluniosa. Ele lista ainda o possível delito de ‘injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda’, além de três crimes previstos na Lei de Segurança Nacional: tentar mudar, com emprego de violência ou grave ameaça, a ordem, o regime vigente ou o Estado de Direito; fazer, em público, propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social; e incitar à subversão da ordem política ou social.

O procedimento está sob sigilo.

Nossa opinião

  • O arquivamento das ações que pediam a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão foi mais conveniente para o Brasil. O afastamento dos dois poderia causar instabilidade no país. Talvez seja mais conveniente um afastamento apenas de Bolsonaro, com a posse do vice-presidente, Hamilton Mourão. Como o nome de Mourão é mais palatável do que o de Bolsonaro, inclusive em segmentos importantes das Forças Armadas, o afastamento de Bolsonaro por uma das outras cinco ações em curso (uma no TSE e quatro no STF), se alguma delas resultar em cassação, será certamente muito menos traumatizante. As cinco ações visam apenas acusações contra Bolsonaro. E, assumindo a presidência, Mourão poderia ser candidato à reeleição, com condições de unir todos os segmentos do eleitorado contra a tão temida volta de Lula. (LGLM)

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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