Arthur Lira paga sua eleição para a presidência da Câmara prejudicando o povo brasileiro

By | 29/10/2021 6:57 am

PEC dos Precatórios, uma síntese de Arthur Lira: submissão ao Planalto e corporativismo

Estão ali, num só texto, tanto a vontade do presidente Bolsonaro de ter um programa social para chamar de seu no ano eleitoral quanto a gula dos deputados

(Eliane Cantanhêde, nO Estadão, 29/10/2021, seguido de comentário nosso)

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é um espanto! Sua gestão é toda voltada para dois objetivos nada engrandecedores: a submissão ao presidente Jair Bolsonaro, quando prevalece o jogo de poder do Centrão, e o corporativismo, quando o que vale são os interesses pessoais e políticos dos deputados.

PEC dos Precatórios é uma síntese dessa atuação de Lira. Estão ali, num só texto, tanto a vontade do presidente de ter um programa social para chamar de seu no ano eleitoral quanto a gula dos deputados, que pegam carona para ampliar suas “emendas”, já tão caras para a sociedade.

Arthur Lira
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados Foto: Cleia Viana/ Agência Câmara

Numa só tacada, a PEC formaliza um calote, implode o teto de gastos e deflagra o populismo desbragado às vésperas do início do ano eleitoral. Precatório não é favor, é uma dívida da União tramitada em julgado e, se não é paga, vira calote. Teto de gastos, regra de 2017, é uma barreira à irresponsabilidade fiscal, à falta de limites no uso dos recursos públicos. E populismo todo mundo sabe o que é: usar bandeiras sociais para interesses só eleitoreiros.

E por que a PEC é uma síntese? Além de pró-Bolsonaro, também pró-corporativismo? Porque o pretexto para furar o teto da meta é providenciar recursos para o Auxílio Brasil, que já foi Bolsa Escola, virou Bolsa Família e ainda vai mudar de nome umas tantas vezes – o que agrada a Bolsonaro. Mas também embute um aumento das verbas eleitorais para os próprios deputados – olhaí o corporativismo.

O pulo do gato: além de aumentar até R$ 400 os recursos para os beneficiários do programa, Lira e aliados querem aproveitar para encorpar as tais emendas parlamentares, que já estão mais do que infladas e envoltas em suspeitas, falta de transparência e de fiscalização.

Logo, está tudo errado, mas a PEC tem tudo a ver com Bolsonaro, Lira e os ministros Ciro Nogueira, da Casa Civil, apontado como o “coração do governo”, e João Roma, do Ministério da Cidadania, que rachou o DEM e é uma estrela em ascensão no governo.

E a PEC tem tudo a ver com um novo Código Eleitoral para dar poderes aos partidos e tirar da Justiça Eleitoral, uma nova Lei de Improbidade que virou Lei da Impunidade e uma PEC que cria interferência política no Ministério Público e acabou derrotada por falta de 11 votos.

Todo esse pacote transforma a Câmara em um parque de diversões de Lira. A dúvida é até onde irão a esquerda, o centro e a direita que se diz independente, quando o brinquedo deixar de ser o corporativista e passar a ser o pedido de impeachment de Bolsonaro com base na CPI da Covid. E aí, como PT, PSDB, DEM, PSD… vão agir nos bastidores.

COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA

Nossa opinião

  • O presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira, paga com uma subserviência canina o apoio que recebeu de Bolsonaro para chegar à presidência daquela casa.  Diferente do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, Arthur  renega a independência constitucional atribuída à Casa que dirige, para atender a tudo que interessa ao Presidente da República. A nossa sorte tem sido a posição independente do presidente do Senado que tem agido com a altivez que se espera de um presidente de uma casa legislativa. Por conta dessa independência, Rodrigo Pacheco é cotado para ser candidato a presidência da República, enquanto Arthur Lira será relegado, certamente, ao esquecimento histórico pelo seu oportunismo e subserviência. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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