Na prática, a teoria nem sempre funciona!

By | 14/11/2021 5:41 am

‘Atacarejo’ vira alternativa a supermercado com a inflação alta; veja a diferença de preços

Levantamento da CNC a pedido do ‘Estadão’ mostra que cesta de alimentos pode sair 18% mais em conta nas lojas que combinam modelo de atacado e varejo; diferença surpreende economista que coordenou estudo

Não é de hoje que o brasileiro vem elegendo o atacarejo como ponto preferencial de suas compras. Um recente movimento do Grupo Pão de Açúcar de vender 71 lojas da bandeira de hipermercados Extra para o Assaí mostrou que os varejistas já perceberam que, ainda mais em tempos de inflação alta como o atual, a economia vai ditar o comportamento do cliente.

Um estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a pedido do Estadão, colocou na ponta do lápis a vantagem econômica do formato sobre outros tipos de lojas, como hipermercados supermercados: em média, de acordo com o levantamento, a compra de uma cesta básica de alimentos fica 18% mais em conta nos atacarejos. Em determinados produtos, a diferença de valor chega a 33% (mais informações abaixo).

Para Fábio Bentes, economista-chefe da CNC, a diferença de valor é considerada significativa – em todos eles, o atacarejo, também conhecido como “cash & carry”, se revelou mais barato. “Esses são itens essenciais do consumo e não deveriam ter uma variação tão grande de preço se comparado aos dois modelos de negócio”, diz Bentes.

O economista afirma que o momento de desemprego e inflação ajuda a explicar a preferência pelo atacarejo. “Diante da crise que enfrentamos e da perda do poder aquisitivo do brasileiro, é comum ver a explosão dos atacarejos no País. Essa economia que eles proporcionam torna o negócio mais atraente para as pessoas”, afirma.

Mudança

O atacarejo, que antes era preferido de pequenos comerciantes para fazer compras – sobretudo dono de restaurantes e lanchonetes – já virou destino dos consumidores pessoa física. Agora, não há mais obrigação de compra em grandes quantidades e é possível pagar com todos os cartões de crédito. Além disso, todas as redes – como Atacadão, do Carrefour, e Assaí– têm ampliado o número de lojas de forma acelerada.

De acordo com estudo anual da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), o modelo de atacadistas de autosserviço foi o que apresentou o maior número de novas lojas em operação durante a pandemia. Com faturamento de R$ 64,7 bilhões, o setor cresceu 24,9% em 2020.

 

Assaí
Assaí vai reformular lojas para melhorar experiência dos clientes Foto: Paulo Whitaker/ Reuters

Experiência

No quesito experiência de compra, no entanto, o atacarejo ainda deixa a desejar, segundo o consultor Eugênio Foganholo, da consultoria Mixxer. “O cliente sabe que em um supermercado ele tem uma série de facilidades que não existem no atacarejo. Porém, ele troca a experiência pela economia”, afirma.

O Assaí está de olho nessa deficiência e diz que, especialmente nas unidades que comprou do Extra Hiper, haverá uma transformação do modelo. “No fim do dia, eu preciso trazer um serviço de maior experiência, mas com ofertas”,diz o diretor de operações do Assaí, Anderson Castilho.

 

Nossa opinião

  • A conclusão da pesquisa é muito boa para passar a ideia de que a inflação é menos dolorosa.  Realmente, é possível comprar nos Atacadões da vida e nos Atacarejos muito mais barato do que nos supermercados. Mas quem é que tem, por exemplo, o dinheiro disponível para ir ao Atacarejo, quando no Supermercado do bairro ele pode comprar para pagar  no fim do mês, ou com um cheque pré-datado para pagar quando receber o salário.  E se coloque no lugar do pobre que vai fazendo as compras à medida que vai ganhando o dinheirinho do biscate ou da diária e teria que pagar transporte para ir para o Atacadão. Na teoria o que diz a pesquisa não funciona na prática. O pobre vai ter que enfrentar a inflação é no comércio da periferia. Enquanto ainda tiver crédito para comprar fiado. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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