Presidente do partido, Valdemar Costa Neto ligou para membros da legenda para chamar para um jantar na sua casa, em Mogi das Cruzes (SP), neste domingo, 14
A cúpula do PL planeja fazer uma série de reuniões formais e informais para ajustar um acordo que ainda permita a filiação do presidente Jair Bolsonaro. Poucas horas depois de adiar o evento de filiação do chefe do Executivo, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, ligou para membros da legenda para chamar para um jantar na sua casa, em Mogi das Cruzes (SP), neste domingo, 14.
Está previsto ainda um evento na próxima quarta-feira, 17, com a participação de integrantes da Executiva Nacional e das bancadas na Câmara e do Senado da sigla. Esse encontro já estava marcado antes da decisão de adiar a filiação de Bolsonaro. As duas reuniões vão preceder uma conversa entre Valdemar e Bolsonaro, que deve acontecer assim que o presidente da República voltar ao Brasil.
A entrada de Bolsonaro já havia sido anunciada pelo partido para o próximo dia 22, mas foi adiada após Bolsonaro ficar insatisfeito com uma aliança eleitoral em São Paulo.
“Tenho muita coisa a conversar com o Valdemar Costa Neto ainda. Afinal de contas, não é a minha bandeira que vai ficar isolada no partido dele. Queremos um projeto de Brasil e o discurso não é apenas o meu, mas do presidente do partido também, nós estarmos perfeitamente alinhados”, afirmou Bolsonaro neste domingo, 14, durante visita à feita Dubai Air Show, nos Emirados Árabes Unidos.
Logo depois, Valdemar Costa Neto divulgou uma mensagem para os parlamentares do partido, no qual informou que adiou a filiação após “intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo, 14, com o presidente Jair Bolsonaro”
No maior colégio eleitoral do País, o PL quer apoiar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes. Já Bolsonaro quer ter um palanque diferente no Estado e não aceita apoiar um apadrinhado do governador João Doria (PSDB-SP), seu rival. O presidente deseja que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, dispute a sucessão de Doria.
O senador Wellington Fagundes (PL-MT) foi convidado pelo presidente do PL para o jantar de hoje, mas disse que não vai poder comparecer porque participa de um evento sobre Pantanal no seu Estado.
O parlamentar declarou que ainda não há perspectiva de definição sobre um acordo entre o partido e Bolsonaro. “Tem alguns detalhes que têm que ser resolvidos ainda. Pediu para ter prudência porque não adianta apressar a coisa”, disse ao Estadão.
Na tentativa de um acordo, a cúpula do PL sugeriu Tarcísio como candidato ao Senado por Goiás. O que não agrada aos bolsonaristas, que vetam qualquer aliança com o grupo de Doria. Em São Paulo, o PL faz parte da base do governo estadual e tem o controle de órgãos importantes na área de infraestrutura.
O deputado José Rocha (PL-BA) declarou que Costa Neto pediu a Bolsonaro “um tempo para administrar a questão”. A expectativa é que um acordo só seja debatido a partir de quinta-feira, 18, quando o chefe do Poder Executivo volta ao País. “Quando ele voltar ao Brasil é que o Valdemar vai sentar com o presidente para poder administrar essa questão lá em São Paulo”, disse Rocha.
O parlamentar avaliou que é natural que todo candidato a presidente tenha São Paulo como foco principal e, mesmo que um acordo esteja indefinido, ainda vê chance de manter a filiação de Bolsonaro. “Política é conversa. As partes têm que cederem. Nada que venha inviabilizar essa formatação que está já acertada”, disse.
Nossa opinião
O problema de Bolsonaro para escolher um partido é que ele quer controle total do partido, o que é difícil a nível de Brasil. Talvez o único em que ele talvez conseguisse isso fosse o PTB, ´mas é um partido hoje esvaziado justamente por que o presidente nacional, Roberto Jefferson, contrariou a maioria das lideranças estaduais. Praticamente todo partido tem seus problemas estaduais, com as lideranças tendo suas pretensões de que dificilmente abrirão mão, principalmente para atender a um Bolsonaro altamente desgastado. Se ele tivesse voando na preferência popular, os partidos estavam atrás dele, oferecendo “mundos e fundos”. (LGLM)