Tudo que o presidente Jair Bolsonaro não quer é filiar-se, hoje, ao PL de Valdemar Costa Neto, e amanhã colher uma derrota na Comissão de Constituição e Justiça do Senado com a rejeição ao nome de André Mendonça, indicado por ele para ministro do Supremo Tribunal Federal.
Daí o morno vídeo que gravou pedindo aos senadores para que votem em favor de Mendonça. Se para ele a nomeação de Mendonça fosse uma questão de vida ou morte, não o teria deixado ao desamparo desde que anunciou seu nome em julho último para a vaga do ministro Celso de Mello.
Bolsonaro não se sente em débito com ninguém, a não ser com seus filhos. Para agradar os eleitores evangélicos, prometeu nomear um ministro terrivelmente evangélico. Fez sua parte. Se não der, ele jogará a culpa nos senadores e sairá em busca de outro nome. Não verterá uma lágrima por Mendonça.
Não é sem razão que os órfãos políticos de Bolsonaro começam a se aninhar no colo do ex-juiz Sérgio Moro, inclusive o general Hamilton Mourão, o vice-presidente. Bolsonaro mandou que Mourão providenciasse um paraquedas de reserva para ir pousar em outro lugar. Moro e Mourão andam conversando.
Mourão tem conversado com Cláudio Castro (PL), governador do Rio, sobre ser candidato ao Senado. Castro tem dito que considera a ideia muito interessante, mas não tem ido além. Guarda a vaga de senador em sua chapa para negociá-la, se for o caso, com o grupo do prefeito Eduardo Paes (PSD).
Nossa opinião
Mourão pode se transformar num interessante nome de companheiro de chapa para Sérgio Moura, como forma de atrair o apoio de significativa parcela dos militares decepcionados com o desgoverno de Bolsonaro. E principalmente com a sua submissão ao Centrão, a ponto de obedecer a todos os comandos de um partido, sabidamente oportunista e corrupto com tem demonstrado de sobra nas movimentações e votações do Congresso Nacional. (LGLM)