(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado)
O momento não é para brincadeiras. Enquanto o resto do mundo está apavorado com a nova variante da coronavírus que ameaça Europa e África tem gente aqui discutindo se faz festa de “réveillon” ou se se brinca o carnaval em 2022 ou não.
Muita gente vem brincando desde o início, com a COVID 19. No início esnobavam a vacina. Depois que viram diminuir a contaminação pelo vírus, justamente por que a vacina estava diminuindo a virulência da pandemia, passaram a achar que esta tinha acabado e começaram a pressionar pelo abrandamento das medidas sanitárias que junto com a vacina vinham sendo eficientes para abrandar o ritmo de contaminação.
Neste “puxa-encolhe” ultrapassamos os seiscentos mil mortos pela pandemia. Mas mesmo assim continua a pressão pela liberação das festas e a abertura dos estádios de futebol e muita gente continua morrendo, embora o número de óbitos, obviamente, venha diminuindo.
Agora a Europa e a África mostram que a pandemia não terminou e novo alerta volta a nos chamar a atenção para o perigo que nos ronda.
A Alemanha tem um índice de vacinação semelhante ao nosso, mas os alemães começaram a “baixar a guardar”, relaxando o isolamento social e liberando o uso das máscaras em determinados locais e agora estão sentindo as consequências.
Um dos meus filhos está morando na Alemanha desde o início do mês de setembro. Só foi admitido lá por que tinha tomada duas doses da AstraZeneca. A esposa, que tinha tomado a CoronaVac, teve que cumprir uma quarentena quando chegou lá.
Na Alemanha meu filho assistiu a um jogo de futebol mas devidamente “mascarado”. Só que, ao que parece, na igreja que frequentava relaxaram as medidas sanitárias e vários “irmãos” terminaram contraindo o coronavírus. Ele também contraiu, só que ficou assintomático e terminou se curando. Hoje estão recomendando a adoção das medidas sanitárias novamente, inclusive recomendando o uso de máscaras, por conta do assustador número de pessoas contaminadas e inclusive de pessoas que morreram, num índice superior aos piores períodos da pandemia.
Diante do que está acontecendo lá fora, como não sabemos se esta nova onda da pandemia vai chegar por aqui, embora já tenha havido um aumento dos casos nos últimos quinze dias, a melhor coisa que podemos fazer é continuar a tomar as precauções recomendadas desde o início da pandemia. Não custa nada usarmos máscaras, tomarmos os cuidados de limpeza, evitarmos as aglomerações e assim por diante.
Como sempre ensinou a sabedoria popular, “quando virmos as barbas dos outros arderem, devemos pôr as nossas barbas de molho!”