Bolsonaro volta a atacar Moro e admite haver corrupção em seu governo

By | 07/12/2021 9:12 am

Presidente promete indicar mais evangélicos ao STF e derrete pela boca enquanto faz campanha eleitoral antecipada

 

Jair Bolsonaro e Sergio MoroRafaela Felicciano/Metrópoles

Na manhã desta segunda-feira (6/12), em conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que não é possível falar que seu governo não tenha corrupção. O mandatário, entretanto, reafirmou que qualquer denúncia será investigada.

Anteriormente, por diversas vezes, o chefe do Executivo federal reiterou que nunca se ouviu falar de um caso de corrupção durante sua gestão. Por outro lado, também sempre frisou que, caso houvesse denúncias, ele seria o primeiro a investigar. As comemorações pelos mil dias de governo, no fim de setembro, também trouxe como mote a ausência de corrupção.
Que Jair Bolsonaro está em campanha, todo mundo sabe. Dar fim à reeleição foi uma das promessas mentirosas que o levou a vencer nas urnas em 2018. Três meses depois de tomar pose já era candidato a se eleger de novo.

O que poderá salvá-lo de uma derrota humilhante e inédita para um presidente em reeleição é a força, a grana e o tempo de televisão que partidos como PP, PL e PRB empregarão na campanha dele. E ai de Bolsonaro se perder o apoio dessa turma.

Ao filiar-se ao PL, Bolsonaro virou aquilo que sempre foi: um político fisiológico em busca de sobreviver a qualquer custo. Só que agora ele saiu do armário de onde estava escondido nos últimos anos para fingir que era o diferentão, a nova política.

A semana começou com a campanha do candidato à reeleição Jair Bolsonaro a todo vapor. Na segunda-feira, ele aproveitou o cercadinho com seus eleitores fieis e uma mídia escolhida a dedo para fazer ataques ao concorrente Sérgio Moro e promessas ao eleitor evangélico.

Ao ser perguntado se indicaria mais evangélicos para o Supremo Tribunal Federal, não perdeu a chance de fazer campanha: “Se eu for candidato e for reeleito, a gente bota mais dois no início de 2023 lá [no STF]”, – prometeu.

A campanha escancarada de um presidente que jamais governou e usa a máquina pública para se proteger e tentar a reeleição não foi feita apenas na porta do Palácio do Alvorada. Uma fala de Bolsonaro, no domingo, sobre a queda no preço da gasolina também mirou os eleitores.

A Petrobras precisou soltar, ontem, um comunicado para explicar que não antecipa decisões sobre reajustes de preços. E a Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, uma espécie de xerife do mercado financeiro, investigará se vazaram informações para o Bolsonaro.

Pelo menos dessa vez a fala irresponsável do presidente não trouxe consequências graves para o mercado, que parou de dar ouvidos a ele e passou a tratá-lo como bravateiro ou piadista. Não levar o Bolsonaro a sério é melhor para os interesses do Brasil.

Hoje, terça-feira, Bolsonaro voltará a fazer campanha. É o que fez há três anos. Que volte a dizer, como na segunda-feira, que não pode garantir “não haver corrupção” em seu governo. O Brasil está rachado de vergonha com Bolsonaro. Que ele derreta pela boca.

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Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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