Alvo da PF, Ciro Gomes alega perseguição política de Bolsonaro
“O braço do estado policialesco de Bolsonaro […] levanta-se novamente contra mim”, escreveu o pré-candidato a presidente da República
Vinícius Santa Rosa/Especial para o Metrópoles
“Até esta manhã eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático. Mas depois de a Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo à minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade”, escreveu Ciro nas redes sociais.
“Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à Presidência da República”, escreveu o pré-candidato ao
“Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à Presidência da República”, escreveu o pré-candidato ao Palácio do Planalto.
“O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim”, prosseguiu.
Ciro também disse nunca ter se sentido um cidadão acima da lei, “mas não posso aceitar passivamente ser tratado como um subcidadão abaixo da lei”. “Ninguém vai calar a minha voz”, acrescentou o ex-governador do Ceará.
A operação
Batizada de Operação Colosseum, a ação apura fraudes, exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos envolvidos na licitação para obras no estádio Castelão, em Fortaleza (CE), entre 2010 e 2013.
Ao todo, 80 policiais federais cumprem 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal, em Fortaleza (CE), Meruoca (CE), Juazeiro do Norte (CE), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA). As buscas têm como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos.
As investigações tiveram início em 2017, quando foram identificados indícios de esquema criminoso envolvendo pagamentos de propinas para que uma empresa fosse beneficiada no processo licitatório da Arena Castelão.
O grupo teria, ainda, posteriormente – na fase de execução contratual – recebido valores devidos pelo governo do Ceará ao longo da execução da obra de reforma, ampliação, adequação, operação e manutenção do Estádio Castelão.
Nossa opinião
Apesar de só vir fazendo besteiras, não acredito nesta versão de que a operação contra Ciro e Cid Gomes tenha sido por influência do presidente Bolsonaro. Seria, a nosso ver, mais uma besteira, talvez a última “pá de cal” na sua tentativa de reeleição. Afinal, queimar Ciro Gomes beneficiaria a quem? A Lula ou a Moro. Ou seja, só fortaleceria possíveis adversários de Bolsonaro. Se Ciro desistir da sua pré-candidatura só terá duas alternativas. Engrossar a pré-candidatura de Sérgio Moro como uma possível terceira via ou aderir à caudalosa torrente política que parece tornar possível a eleição de Lula, já num primeiro turno. Qualquer outra posição seria um suicídio político para Ciro. O que, inclusive, aconteceu parcialmente em 2018, quando ” lavou as mãos” depois do primeiro turno e ao invés de apoiar Haddad fugiu para o exterior. (LGLM)