Decreto do presidente da República sobre voos de autoridades foi ignorado. De resto, a primeira-dama não é autoridade
![Presidente Jair Bolsonaro (PL) e primeira-dama Michelle Bolsonaro desembarcam no Aeroporto Internacional de Doha, no Catar](https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2021/12/17193205/51687182338_7237a01eda_c-600x400.jpg)
Isac Nóbrega/PR
Compareceram à festa de aniversário de Augusto Fernandez, influenciador digital e maquiador de ambas. Fernandez, no dia seguinte, pegou uma carona no jato de volta a Brasília. Decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro no ano passado disciplinou o uso de aviões da FAB por autoridades que viajassem a serviço, e somente a serviço porque de outra maneira não pode.
Diz o decreto que “comitiva que acompanhe autoridade em avião do Comando da Aeronáutica terá estrita ligação com a agenda a ser cumprida, exceto em caso de emergência médica ou segurança”. Nenhum dos passageiros do voo corria risco de morte. Nenhum era da área de segurança. Michelle não é autoridade pública e por isso não pode requisitar avião. Damares é.
Correm duas investigações sobre o episódio, uma do Tribunal de Contas da União, outra do Ministério Público Federal. Ou melhor: as duas foram abertas, mas estão paradas à espera que tudo seja esquecido em breve.