Eleições 2022: Veja quanto cada partido terá para gastar com ‘fundão’ turbinado

By | 22/12/2021 7:34 am

Congresso aprova um total de R$ 5,96 bi para o financiamento de campanhas e o custeio dos partidos em ano eleitoral

(Redação dO Estadão, 22 de dezembro de 2021)

BRASÍLIA — A aprovação pelo Congresso dos valores dos fundos eleitoral e partidário garantiu às legendas brasileiras um montante inédito de recursos públicos no ano eleitoral de 2022. Um total de R$ 5,96 bilhões ficará à disposição dos partidos para o financiamento das campanhas e o custeio das agremiações. Este valor é a soma das duas reservas financeiras e representa um aumento de 92,5% em relação a 2018, em valores corrigidos pela inflação.

A distribuição dos recursos públicos entre os partidos é baseada, principalmente, no tamanho das bancadas eleitas na Câmara. Com isso, PSL e PT ficarão com as maiores fatias dos recursos públicos: R$ 604 milhões e R$ 594 milhões, respectivamente.

 

Câmara dos deputados
Votação do Orçamento na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 21; na comparação com 2018, o montante que inclui o Fundo Partidário quase dobrou em termos reais, ou seja, comparando valores atualizados pela inflação. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Somando-se ao montante que será destinado ao DEM (R$ 341,7 milhões), o União Brasil – legenda que nascerá da fusão dos dois partidos – contará com um quase R$ 1 bilhão em dinheiro público no ano que vem. Articulada por Luciano Bivar (PSL) e ACM Neto (DEM), a nova legenda aguarda referendo da Justiça Eleitoral e se tornou um dos mais valiosos na eleição do próximo ano.

Pelo placar de 358 a 97 votos, a Câmara aprovou nesta terça-feira, 21, o relatório final do Orçamento de 2022, apresentado pelo relator, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), que destinou R$ 4,9 bilhões para campanhas eleitorais no ano que vem e R$ 1,06 bilhão para o Fundo Partidário.

Com críticas ao valor do fundo eleitoral e do montante reservado às emendas do orçamento secreto, revelado em maio pelo Estadão, quatro partidos orientaram suas bancadas pela rejeição do Orçamento: PCdoB, PSOL, Novo e Podemos, do pré-candidato à Presidência da República Sérgio Moro. Os demais orientaram voto “sim”.

No Senado, em votação que se estendeu até a noite, o texto enviado pela Câmara foi aprovado integralmente, sem destaques, por um placar de 51 votos a favor e 20 contrários. Podemos, Rede e Cidadania orientaram pela não aprovação do texto. PDT, PSDB e PROS liberaram as bancadas. Os demais partidos orientaram pela aprovação do texto.

O fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões para 2022 representa o maior volume de dinheiro público despejado em campanhas políticas na história. A cifra foi definida após negociações com líderes do Centrão, base do governo Bolsonaro, que resistiram em reduzir mais o valor, inicialmente previsto em R$ 5,1 bilhões pelo relator do Orçamento. O dinheiro poderá ser usado para pagar, por exemplo, viagens de candidatos, contratação de cabos eleitorais e publicidade nas redes sociais.

Na comparação com 2018, o montante que inclui o Fundo Partidário quase dobrou em termos reais, ou seja, comparando valores atualizados pela inflação. Além do PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outras legendas que abrigam os principais presidenciáveis serão turbinadas com dinheiro público no ano eleitoral: O PSDB do governador paulista João Doria terá um total de R$ 378,9 milhões; o PDT, de Ciro Gomes, R$ 299,3 milhões; o Podemos, de Sérgio Moro, R$ 228,9 milhões. MDB, que lançou a senadora Simone Tebet (MS), e PSD, que ensaia uma possível candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), terão, respectivamente, R$ 416,9 milhões e R$ 397,6 milhões.

O relator, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), citou o gasto social e o tamanho do orçamento federal para justificar o aumento do fundo eleitoral e o patamar de emendas de relator em 2022, ano de eleições.

“É claro que nós entendemos o debate, a discussão e às vezes a polêmica que ocasiona, por exemplo, com o fundo eleitoral, que também é ponto porcentual nesse universo de trilhões que estamos discutindo. Tudo isso é passível de debate, mas não podemos perder de vista o que temos para o futuro, o que estamos construindo para o País nesse momento”, disse Leal.

Representantes de partidos que orientaram contra a votação do Orçamento criticaram a destinação bilionária de dinheiro público para os partidos. “Estamos mais uma vez condenando milhões de brasileiros à pobreza e à miséria em virtude do Orçamento de 2022 aprovado pelo Congresso que, lamentavelmente, não foi debatido suficientemente”, disse o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS).

O fundo eleitoral é um valor retirado inteiramente da verba pública (Tesouro Nacional) e destinado aos partidos em anos eleitorais para bancar as campanhas. A utilização de recursos públicos foi aprovada em 2017 pela Câmara após o Supremo Tribunal Federal proibir o financiamento empresarial de campanhas políticas.

As doações empresariais foram vetadas na esteira das revelações da Operação Lava Jato. Em 2014, último ano de vigência do financiamento empresarial, a soma de todas as campanhas no Brasil chegou a R$ 5,1 bilhões (R$ 7,6 bilhões, se atualizado pela inflação), conforme levantamento feito nas despesas declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral. / DANIEL BRAMATTI, EDUARDO GAYER, DANIEL WETERMAN E IANDER PORCELLA

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  • Eles virão atrás do seu pai de bolso cheio. Aproveite. E lembre-se do conselho de Padre Levi: “Ferre o boi e vote no padre”. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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