Nos EUA, democratas ampliaram base com candidato entediante para vencer a insensatez de Trump
Um cálculo simples levou à opção pelo atual presidente americano. O partido precisava ampliar seu eleitorado para não repetir a derrota da disputa anterior. Biden foi um aceno a americanos que não se identificavam com itens da plataforma democrata, mas aceitavam votar num nome mais suave com o objetivo de tirar Trump do poder.
A jogada funcionou. Os democratas recuperaram parte do eleitorado trumpista, e Biden recebeu apoio até de velhos republicanos, que fundaram um grupo batizado de Lincoln Project. Outros tantos, como o senador Mitt Romney e o ex-presidente George W. Bush, rejeitaram Trump publicamente ou não apareceram para votar.
Essa lógica se baseia no caráter antibolsonarista da próxima eleição –o que sugere que ela deve se aplicar com mais intensidade num eventual segundo turno entre Lula e o presidente. A ruína do atual governo e um agente neutralizante como Alckmin podem nivelar o caminho para políticos e eleitores de direita ou centro-direita que votaram em Bolsonaro em 2018.
Alckmin seria apenas um personagem desse ato. Na última disputa, os tucanos Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereissati ficaram neutros no segundo turno. O presidente do DEM, ACM Neto, declarou apoio a Bolsonaro. Nenhum deles parece interessado em repetir a dose em 2022.
Nossa opinião
- Segundo o colunista da Folha, Alckmim serviria para “dourar a pílula” Lula e torná-la palatável para os ex-bolsonaristas. (LGLM)