Alckmin pode provocar um ‘efeito Biden’ na candidatura de Lula

By | 23/12/2021 11:33 am

Nos EUA, democratas ampliaram base com candidato entediante para vencer a insensatez de Trump

(Bruno Boghossian, Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Bruno BoghossianNos primeiros lances do processo de escolha de um candidato a presidente para a eleição de 2020, o Partido Democrata se dividiu. Uma ala queria Bernie Sanders, que conseguia energizar sua base com uma plataforma de justiça social e valores progressistas. O campo moderado tentava vender Joe Biden como uma escolha segura e previsível –um candidato entediante para enfrentar a insensatez de Donald Trump.

Um cálculo simples levou à opção pelo atual presidente americano. O partido precisava ampliar seu eleitorado para não repetir a derrota da disputa anterior. Biden foi um aceno a americanos que não se identificavam com itens da plataforma democrata, mas aceitavam votar num nome mais suave com o objetivo de tirar Trump do poder.

A jogada funcionou. Os democratas recuperaram parte do eleitorado trumpista, e Biden recebeu apoio até de velhos republicanos, que fundaram um grupo batizado de Lincoln Project. Outros tantos, como o senador Mitt Romney e o ex-presidente George W. Bush, rejeitaram Trump publicamente ou não apareceram para votar.

Essa lógica se baseia no caráter antibolsonarista da próxima eleição –o que sugere que ela deve se aplicar com mais intensidade num eventual segundo turno entre Lula e o presidente. A ruína do atual governo e um agente neutralizante como Alckmin podem nivelar o caminho para políticos e eleitores de direita ou centro-direita que votaram em Bolsonaro em 2018.

Alckmin seria apenas um personagem desse ato. Na última disputa, os tucanos Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereissati ficaram neutros no segundo turno. O presidente do DEM, ACM Neto, declarou apoio a Bolsonaro. Nenhum deles parece interessado em repetir a dose em 2022.

Nossa opinião

  • Segundo o colunista da Folha, Alckmim serviria para “dourar a pílula” Lula e torná-la palatável para os ex-bolsonaristas. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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