Bolsonaro é um lunático aboletado na Presidência

By | 27/12/2021 11:19 am

Ricardo Kertzman, na Istoé

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Crédito: AFP

Negacionista e irresponsável, beirando a psicopatia, o atual presidente da República sempre se mostrou errado em relação à pandemia do novo coronavírus. Chamou a doença de gripezinha e previu, no máximo, oitocentas e poucas mortes. Em abril, disse que o vírus estava indo embora. Depois, desdenhou das vítimas fatais e dos parentes enlutados.

Sempre que pôde, promoveu aglomeração e tumulto. Jamais incentivou o uso da máscara. Ao contrário. É um contumaz infrator que insiste em se expor – e expor os outros – ao risco. Além disso, não perde uma única oportunidade de propagandear drogas sem eficácia comprovadas. Primeiro foi a hidroxicloroquina. Agora é o vermífugo do ministro astronauta.

Bolsonaro é tão estúpido, mas tão estúpido, que nem mesmo o Ministério da Saúde ele poupou. Em menos de dois meses demitiu dois ministros, e até hoje não nomeou um outro. Cuida da Pasta um pobre militar subserviente e neófito no assunto. Se houvesse um Prêmio Nobel para incompetência diante da Covid-19, o amigão do Queiroz levaria fácil, fácil.

Após desdenhar da vacina chinesa, em teste no País por obra e graça de João Doria; após passar meses, repetindo feito papagaio, o bufão Trump, que o vírus é chinês; após abrigar no governo, idiotas que maldizem a China (simplesmente o nosso maior parceiro comercial), o maridão da ‘Micheque’ anunciou a compra de quase 50 milhões de doses da tal Coronavac.

Doria é desafeto e rival de Bolsonaro. Passou os últimos meses sendo atacado diariamente pela claque bolsonarista. Entre arriscar ‘pagar pau’ para o governador de São Paulo e fazer política às custas de milhares de vidas brasileiras, o que preferiu o bobo da corte do Planalto? O risco de vida, claro! Já que não é a dele.

Por conta da reação dos seus seguidores fanáticos – aquela gente estranha que acredita que a Terra é plana e outras bizarrices do gênero -, nesta quarta-feira (21) o presidente voltou atrás e, em tese, desautorizou o negócio com os chineses. Em verdade, apenas fez um comunicado (com ares de cancelamento) óbvio: a droga precisará ser aprovada.

Não se iludam. Tão logo a ‘vacina chinesa do Doria’ seja certificada pela Anvisa – como qualquer outra vacina e medicamento precisam ser – o lunático dará um jeito de engabelar sua claque, dizendo que é o verdadeiro salvador da pátria, e cuidará de espetar nossos bumbuns (ou braços) com o remédio “cientificamente aprovado”.

Não deixa de ser uma bela mudança para quem, até ontem mesmo, oferecia cloroquina às emas do Alvorada. O que não vale uma eleição, não é verdade?

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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