Nem o Ministério da Saúde suporta mais o negacionismo do presidente Bolsonaro

By | 28/12/2021 6:58 am

Imagem Eliane CantanhêdeA pergunta que não quer calar é por que, raios, o presidente Jair Bolsonaro mantém a obsessão em combater o combate à pandemia de covid-19, voltando suas baterias no finalzinho do ano contra o passaporte de vacina e a imunização de crianças de 5 a 11 anos. Todo mundo sabe o quanto o Brasil perde com isso, mas ninguém, ou ninguém em sã consciência, consegue entender o que ele ganha com isso. É um jogo de perde-perde.

O País, Estados, municípios, Supremo, Anvisa, a ciência, a medicina e a opinião pública andam para um lado, Bolsonaro anda para o outro com sua legião de negacionistas e o dr. Marcelo Queiroga, que encarna o espírito do general da ativa Eduardo Pazuello.

Ameaças
Marcelo Queiroga e Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto; nesta segunda, o ministro da Saúde defendeu o posicionamento do presidente de divulgar nomes de servidores da Anvisa que aprovaram a vacinação infantil Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO – 29/06/2021

A pandemia vai cedendo, com o índice de totalmente vacinados chegando a 70% e com a correspondente queda de internações e mortes, mas a covid, suas variantes e a danada da Ômicron ainda estão no ar. Não é hora para brincadeira.

Em todo o mundo civilizado foram retomadas medidas da fase aguda e implementadas novas, como a terceira dose, o passaporte de vacinas e a imunização de crianças, para protegê-las e conter o ciclo de contaminação. Aqui, a guerra é para driblar Bolsonaro, que nem tomou a primeira dose e está obcecado em impedir o comprovante de vacinas e que as crianças se protejam.

Como achar normal o presidente exigir a lista dos técnicos da Anvisa que autorizaram a vacinação para os pequenos? E o ministro da Saúde inventar consulta pública e exigência de receita médica? Até os médicos da pasta não suportam mais, como mostra o parecer a favor da Anvisa e da vacina para crianças e contra o ministro e o presidente.

Não dá para imaginar pais e mães cheios de problemas, muitos nas ruas e/ou passando fome, lutando por uma consulta e para conseguir a receita antes da fila da vacina. É insano e cruel, assim como liberar geral para negacionistas e até contaminados entrarem no Brasil sem vacina. O país do Carnaval vai virar o país da esbórnia da Ômicron.

E veio o ataque hacker ao ConecteSUS, comprometendo os dados e justamente os comprovantes de vacina. Duas semanas fora do ar?! Tudo isso tem a ver com a indignação – ou debandada – na Anvisa, Iphan, INEP, Capes, Receita… Há uma exaustão diante de tantos absurdos, dessa tentativa de normalizar o que não tem absolutamente nada de normal.

Aliás, a Bahia vive uma tragédia e 45 mil passageiros ficaram a ver navios e voos ao longe, vítimas de uma companhia aérea mequetrefe autorizada pela Anac e recebida em festa pelo governo. Cadê o presidente da República?! Na praia, dançando funk.

*COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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