“Se eu vou, criticam. Se eu não vou, criticam”, disse, em transmissão ao vivo nas redes sociais. Ele acrescentou que tem “interagido” com o governo baiano desde que os temporais
O presidente também voltou a comentar o motivo de ter recusado a ajuda humanitária oferecida pela Argentina às vítimas das chuvas nas cidades baianas. “Que ajuda é essa? Dez homens”, desdenhou. Segundo Bolsonaro, o Brasil tem gente suficiente para auxiliar na emergência causada pelas chuvas.
Bolsonaro disse que aceitou a ajuda oferecida pelo Japão à Bahia, apesar de negar o apoio da Argentina, porque o governo japonês enviou materiais como barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água. “Se a Argentina tiver outra coisa para oferecer, eu agradeço ao Alberto Fernández”, disse.
Mais cedo, porém, Bolsonaro usou em sua conta no Twitter um tom menos agressivo em relação ao oferecimento do país vizinho. “O fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada”, justificou-se.
Erro
Para o ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos Rubens Barbosa, o governo federal errou ao não aceitar o apoio humanitário oferecido pela Argentina. “Não faz nenhum sentido. Ajuda não se recusa, se agradece. Foi um ato simbólico que deveria ser recebido como gesto de amizade, não de provocação”, disse.
Segundo Barbosa, o Itamaraty perdeu uma oportunidade de reaproximação diplomática com a Argentina, cuja relação com o Brasil tem sido minada pelas rusgas ideológicas entre Bolsonaro e Alberto Fernández. “Deveríamos ter aceitado principalmente pela separação que existe hoje entre os presidentes, que não se falam. Seriam poucas pessoas (enviadas pela Argentina). Não resolveria o problema, mas serviria para aproximar os países, que não têm tido uma relação boa nos últimos anos”, analisou.